Chicago Tribune 1913
Sexta-feira, 10 de março de 1911
Explicação yankee sobre a mobilisação de forças na fronteira mexicana:
O sr. Dearing, encarregado de negócios dos Estados Unidos, communicou ao ministro do exterior, sr. Creel, a mensagem do sr. William Taft, presidente daquella Republica, em que se declara esperar que não exista nenhum mal- entendido em conseqüência das supposições dos jornaes sobre o assumpto das manobras militares no Texas; além disso, deseja dar ao sr. Porfírio Diaz, presidente do México, a certeza de que a mobilisação de forças para as manobras de modo algum pode inquietar a vizinha nação amiga.
O sr. Creel exprimiu ao sr. Dearing o reconhecimento do México pelas suas explicações tão claras.
A edição do Estado de 10 de março de 1911 trazia mais notícias sobre a rebelião no México. Algumas enfocavam o possível envolvimento dos Estados Unidos nos conflitos. A nota reproduzida traz a resposta americana, negando qualquer intenção de intervir em assuntos mexicanos.
Com 3.141 km de fronteira com o México, os EUA não lidavam apenas com os problemas que a insurreição mexicana levava para suas terras fronteiriças, percebiam que a crescente revolta ameaçava seus interesses políticos e econômicos na região.
No início do século XX, a aparente estabilidade do governo Diaz atraiu empreendedores norte-americanos para o México.Em 1910, os Estados Unidos reunia 45% dos seus investimentos industriais em terras mexicanas. Proprietários americanos possuíam 27 % das terras produtivasdo país ,e o capital americano investido no México era de, aproximadamente,U$ 1 bilhão de dólares.Os investimentos concentravam-se em ferrovias, grandes propriedades agrárias, mineração e extração de petróleo - a Standard Oil e outras companhias americanas estavam erguendo seus poços de extração ao longo do Golfo do México, neste período.
Apesar dos Estados Unidos inicialmente negarem seu envolvimento, o agravamento da crise levou os governos Taft e Wilson a enviaram tropas para combater na Revolução.Durante todo o período do conflito os EUA interferiram com freqüência na política mexicana.
Pesquisa e Texto: Lizbeth BatistaSiga o Arquivo Estadão: Twitter@arquivo_estadao e Facebook/arquivoestadao