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Memória, preservação e acervos

Quem não seguiu o mendigo Joãozinho Beija-Flor?

Aos 78 anos e com a saúde debilitada, morreu, hoje pela manhã, o carnavalesco Joãozinho Trinta.  Deixa um legado na história do carnaval e das artes plásticas, criou mais de trinta enredos e trabalhou com diferentes escolas de samba.

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Por Leticia Bragaglia
Atualização:

Curiosamente um dos seus desfiles mais memoráveis não foi campeão, ficou em segundo lugar.

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Quem levou a taça de Campeão do Carnaval Carioca de 89 foi a Imperatriz, mas quem fez história na de Sapucaí  foi a Beija-Flor.

Num carnaval que parecia despolitizado, a escola surpreendeu.  Com o enredo Ratos e Urubus, larguem minha fantasia, Joãozinho mostrou o lixo e a miséria do país, levou para avenida os "mendigos, bêbados e menores carentes de Nilópolis".

O carro abre-alas era a imagem do Cristo Redentor caracterizado como mendigo. A obra  gerou polêmica  e desagradou a Igreja Católica. Foi  proibida, mesmo assim, o carnavalesco colocou a  a imagem na avenida,  coberta por sacos de lixo pretos e uma tarja com os dizeres: "Mesmo proibido olhai por nós".

Ovacionado, Joãozinho deixou a Sapucaí carregado pelo público.

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 Foto: Estadão

 O Estado de São Paulo, 07/02/1989

 

Pesquisa e Texto: Lizbeth batista Tratamento de Imagens: Lizbeth Batista

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