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Os problemas de São Paulo em discussão

Cemitérios municipais de SP terão vigilância do projeto City Câmeras e iluminação reforçada

Familiares reclamam que túmulos sofrem depredações constantes no cemitério da Consolação, em razão do desrespeito e falta de segurança

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Por Renata Okumura
Atualização:

Cemitério da Consolação Foto: Renata Okumura

SÃO PAULO - O cemitério da Consolação, localizado na região central da cidade, foi inaugurado em 1858 e é considerado um dos mais antigos da capital paulista. A reportagem da Blitz Estadão esteve no local para conferir queixas de depredações relatadas por familiares e amigos de pessoas que estão enterradas no cemitério.

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"Na madrugada do dia 5 de novembro, mais uma vez foi depredado o túmulo da família Rizkallah, onde está o corpo de um dos pioneiros da metalurgia em cobre de São Paulo, o imigrante sírio, Rizkallah Jorge. O túmulo da família era, em sua forma original, ricamente decorado com estátuas de bronze, detalhes em metais nobres e vitrais. Um conjunto que procurava lembrar as origens árabes e cristãs", lamentou Mário Rizkallah.

 Foto: Família Rizkallah

Este, no entanto, é apenas um dos inúmeros relatos de depredações sofridos somente pela família Rizkallah.

"Há alguns anos, um sino de bronze de consideráveis proporções fora roubado. A família teve que substituir vários outros ornamentos de metal do local, além de refazer os vitrais que já haviam sido danificados", disse ele.

O cemitério da Consolação também abriga sepulturas de personalidades como: Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Monteiro Lobato, Ramos de Azevedo, Marquesa de Santos e Líbero Badaró.

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"É lamentável o desrespeito dentro de um cemitério. Mas acredito que a segurança também deve ser reforçada", questionou a administradora Rafaela Andrade.

 Foto: Família Rizkallah

As administrações dos cemitérios municipais registram boletins dos furtos ocorridos, como no caso do Sr. Mario Rizkallah.

O Serviço Funerário do Município de São Paulo informa que todas as placas de bronze recuperadas, assim como outras peças e objetos, ficam na administração do cemitério aguardando a identificação dos familiares dos sepultados para a devolução nos jazigos.

O SFMSP reforça ainda que duas ações estão em andamento, mas ainda sem previsão para entrar em funcionamento. A primeira é a instalação de câmeras do projeto City Câmeras, parceria com a Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU), que começou pelas agências do SFMSP e irá se estender para os 22 cemitérios municipais e o crematório. A segunda ação está ligada à melhoria da iluminação, em parceria com o Departamento de Iluminação Pública (Ilume), para os cemitérios e seus respectivos estacionamentos.

"O Serviço Funerário já investiu mais de R$ 1,6 mi, de janeiro a outubro, para reverter minimamente a situação de abandono que a gestão anterior deixou os 22 cemitérios e o crematório da cidade", destacou a nota.

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A segurança foi reforçada com a parceria com a Guarda Civil Metropolitana (GCM), que tem aumentado o número de rondas periódicas em todos os cemitérios, agências, velórios e no crematório.

Até outubro, 13.101 rondas foram realizadas nos cemitérios da cidade, quase o dobro que em todo o ano de 2016, que totaliza 6.926, e 26 ocorrências foram registradas.

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