Entre nós e o exílio
vigora o deserto,
mirem o planalto,
o poder tingido
exílio entre nós,
Num desterro cantado
uma sombra, vincada
no sal espesso, trincado
o palácio esvaziado
Nos céus, a justiça flutua,
no cronograma tardio
no senso acrobático do destino
aprisionado pelo poder, desatino
Entre nós, exílio, último gatilho.
Governados pela omissão
Nas marcas adulteradas da democracia
alguma resistência resgataria a missão,
Modular forças, fazer cessar a tirania
Entre nós e o exílio, a corte
Olhar para o futuro é desfolhar o rústico do passado,
é esquecer que tudo está dado
numa outra unidade de tempo, recomeço esperado
que cada um saiba reparar
o que ainda há para salvar.