(Foto do autor - 2016)
Escravos do Estado
Marcham, lado a lado
Entre slogans e partidos
Enquanto nós, feridos
Circundamos o abismo
Das jogadas e subsídios
Do reacionário ao judiciário
Dos governos e seus petardos
Fundos públicos e comícios
Para eles, somos bastardos
E, à revelia, sustentamos a usurpação
Até que, pisoteada, a democracia
Assumirá a conspiração
Refluíra, perdendo a inspiração,
Concedendo vigas à tirania
Até o novo encontrar outra direção
Abolindo a polaridade obscura
A ruína branca será, enfim, dissipada
Os intermináveis anos de tortura
Do pesadelo, acordaremos na madrugada
Mas em tempo, e já fora da ditadura
Conscientes dos disfarces da hegemonia
Da malandragem, dos ardis e da censura
A política descerá ao ponto de ebulição
Defenestrando mediocridades
Até que a completa mutação
Se fará ouvir pelas vielas, ruas e cidades
Uma imensa poeira será desfeita
E diálogos retornarãosem persuasão
Destruindo o núcleo duro da cultura
Que impregnava de fervor as ideologias
Até que confessem todos os sofismas
Desvelando a falsificação do saber
Para enfim fazer ceder
O acesso do justo ao poder
Salvar
Salvar
Salvar