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Olho Mágico, ilusão de ótica que virou febre mundial nos anos 90

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Por Edmundo Leite
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Por 24 horas - uma eternidade no fuso horário da internet - o mundo parecia ter parado para discutir as cores de um vestido. Já nas primeiros instantes após a foto aparecer na web havia artigos de especialistas em física, psicologia, neurologia e outras ciências analisando a ilusão de ótica que faz com que alguns vejam uma peça branca e dourada e outros preta e azul. Se o Doutor Spock não tivesse morrido e desviado as atenções era capaz de o assunto já ser pauta na reunião de cúpula da ONU.

Vinte anos atrás, em 1994, não havia internet. Havia, dirão os chatos. Mas não havia, sabemos. E uma ilusão de ótica também tomou conta do mundo. O livro Olho Mágico - uma nova maneira de ver o mundo, com imagens tridimensionais geradas por computador, virou uma febre e best-seller mundial. Vendeu tanto que, igual sucessos do cinema, gerou as seqüências Olho Mágico II e Olho Mágico III, além de uma série de outros subprodutos.

 

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Todo mundo queria ver, dar ou ganhar de presente.Como o efeito dependia de ficar olhando fixamente para as imagens, era comum ver gente parada com os livros nas ruas, ônibus, casas e festas apertando o olho para ver as lindas imagens que saltavam das páginas aparentemente, na primeira olhada, apenas ilustradas com desenhos desconexos e borrões impressos. Alguns viam e outros não. E quem não conseguia ver ficava puto de ver todo mundo maravilhado, encantado, enquanto seus olhos não conseguiam vislumbrar as imagens em terceira dimensão.

A técnica por trás do que parecia ser mágica era o estereograma, que consistia em alinhar duas ou mais figuras iguais ou pouco diferentes, com uma pequena distância, para dar a impressão de profundidade. Durou cerca de um ano. E os milhões de livros que tanto encantaram foram para o lixo ou estão em sebos por aí.

 
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