Não. Abrir mão das séries não é uma opção. Seria a atitude mais sensata, mas eu perderia metade do meu bom humor e das minhas valiosas horas de procrastinação. Se para uma boa formação cultural é importante ler, ir ao cinema e ao teatro, televisão de qualidade é mais um item nesta lista.
É verdade, algumas das séries que assisto são puro guilty pleasure e outras já tiveram temporadas melhores. Mas existem aquelas que te fazem idolatrar os roteiristas, admirar atores e se surpreender com escolhas narrativas.
Escolhi três das minhas séries preferidas pra indicar - uma pra cada gosto. Não que isso vá fazer alguma diferença na formação de ninguém, mas com certeza renderá bons tópicos para conversar de bar - as vezes é bacana variar o papo sobre o futebol sabe?
Parks and Recreation, da NBC (http://www.youtube.com/watch?v=jcyH-qIPKMA)
Apesar de já estar na 4ª temporada, a comédia que mostra os bastidores de uma repartição pública em uma cidade do interior dos EUA, é mais engraçada a cada ano. O grande mérito da série é fazer personagens tão hilários quanto reais. Todo mundo é meio exagerado mas ninguém sai do tom. Conseguir esse equilíbrio entre o bobo e o supercool é uma arte que não é para qualquer um. Anotem aí: ela ainda irá conquistar o posto que hoje é de Modern Family.
Breaking Bad, da AMC (http://www.youtube.com/watch?v=2LOzMtI6RCM)
Walter White é um professor de química, seu filho adolescente tem paralisia cerebral, sua mulher está grávida e como o salário não é o suficiente, Walter trabalha em um lava rápido. Para aumentar a renda, o professor decide fabricar e vender metanfetamina. Com linguagem inovadora, ângulos de câmera geniais e desenvolvimento lento, somos levados em uma narrativa de bons diálogos, atuações impecáveis e situações inesperadas.
O que você está fazendo que ainda não vê Breaking Bad?
Sherlock, da BBC (http://www.youtube.com/watch?v=cSQq_bC5kIw)
O famoso morador da 211B Baker Street ganha releitura moderna e um roteiro impecável de Steven Moffat, o maior gênio da TV inglesa (assistam tudo que tiver a assinatura dele). Em uma série madura, com acidez típica inglesa, o exelente Benedict Cumberbatch da vida ao jovem detetive impetuoso, arrogante e imperfeito, assim como a criação original de Arthur Conan Doyle. Muito melhor que outras versões cinematográficas, a série só tem três episódios, cada um de 1h30; e a próxima temporada está prometida para este ano.
PS. Não é seriado, é jornal. Mas se eu fosse obrigada, trocava todas as séries que assisto pelo The Daily Show with Jon Stewart, programa obrigatório no meu dia.
Cecília Cussioli, de 22 anos, é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)