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O dia a dia dos alunos Curso Estado de Jornalismo

Busca por fontes confiáveis e inovação no jornalismo são destaques do último dia da 12ª Semana Estado de Jornalismo

Em dois painéis, palestrantes discutiram processos de verificação de notícias e tendências da profissão no quarto dia do evento

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Atualização:

Sérgio Lüdtke foi um dos palestrantes da 12ª Semana Estado de Jornalismo Foto: Estadão

 

Por Matheus Riga

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O último dia da 12ª Semana de Estado de Jornalismo teve como seu destaque discussões em torno dos processos de verificação da notícia e o futuro do jornalismo. Dividido em dois painéis - "Em conexão com a fonte" e "Como será o amanhã?" - o evento recebeu,dentre outros palestrantes, a diretora da Agência Lupa, Cristina Tardáguila, e o jornalista Sérgio Lüdtke do portal interatores.com. Ao final de cada bloco de discussões, os expositores responderam perguntas da plateia e das redes sociais.

A primeira a se apresentar foi Cristina, da Agência Lupa, no painel "Em conexão com a fonte". Em sua palestra, a diretora contou um pouco de seu trabalho com fact-checking, a metodologia que utiliza para verificação das notícias e casos famosos de como boatos foram desmentidos por outras instituições. "O fact-checking só avança, tem muito espaço e interesse em torno disso nas grandes mídia", afirmou. Segundo dados que ela apresentou, de 2014 até este ano, o número de instituições que fazem verificação de notícias subiu de 40 para 126.

Sobre a importância de realizar a verificação de tudo que chega ao leitor, Cristina afirmou que é necessário fazer a checagem principalmente em instituições governamentais. "Temos que elevar o custo da mentira, não pode ser tão fácil mentir nesse País". A diretora da Agência Lupa ainda disse sobre a interferência das fake news no ano que vem, quando acontecerão as eleições federais no Brasil. "Tenho 1001% de certeza que elas vão influenciar, não é uma premonição, aconteceu nos EUA, na França e no Brexit também."

No mesmo painel de Cristina, a repórter especial do Estado para educação, Renata Cafardo, falou um pouco sobre como é sua busca por especialistas e personagens nas redes sociais.Além disso, ela também expôs a história por trás do seu novo livro "O Roubo do Enem", que conta a história de como ela deu o furo sobre o vazamento da prova do Ministério da Educação (MEC) tinha vazado no ano de 2009.

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"A gente sempre quer falar com pessoas diferentes e não ter que falar com as mesmas fontes", afirma Renata. Segundo ela, o ideal é sempre começar a busca com indicações de amigos e colegas e depois apelar para as redes sociais, a fim de checar o perfil dos possíveis entrevistados ou procurar outros. Para a repórter, plataformas como o LinkedIn e Lattes são indicadas para encontrar especialistas,enquanto que o Facebook seria ideal para personagens.

O segundo painel "Como será o amanhã?" começou com a apresentação de um vídeo com o professor da Universidad de Navarra, na Espanha, Ramón Salvavería, comentando sobre o futuro do jornalismo no mundo da internet das coisas - quandodispositivos serão conectados pela internet. "As narrativas vão ser permeáveis e poderão ser utilizadas em qualquer lugar", afirmou. "A realidade física vai se conectar com a virtual e vai se conectar com a informação jornalística."

Em complemento à fala de Salvavería, o jornalista do portal interatores, Sérgio Lüdtke, falou sobre as tendências do futuro dentro do jornalismo. O principal ponto tocado por ele foi sobre a crise da profissão e de seu modelo de negócios, que forçou os jornalistas a pensarem em como adentrar no mundo tecnológico, cheio de informações e conteúdos, e se destacar nele. "No futuro,vocês vão ter que ser capazes de olhar esses dados e entrevistar, interpretar os números. O jornalismo não é mais uma ciência humana, já está nas exatas."

O criador da Cross Content, Marcelo Bauer, também participou do debate sobre as tendências dentro da profissão. Com foco no novo conteúdo visual, Bauer mostrou um pouco o cenário atual e como é possível se destacar na produção dos conteúdos de mídia. "Os principais desafios dessa era são: como distribuir esse conteúdo e atingir o seu público, o seu modelo de negócios e quais são as potencialidade narrativas você vai usar", disse. Dentre as possibilidades de inovar no multimídia, ele citou a utilização de webdocumentários, realidade virtual, realidade aumentada e narrativas imersivas como diferenciais.

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