Foto do(a) blog

O dia a dia dos alunos Curso Estado de Jornalismo

Da importância do diálogo no jornalismo

Paco Sanchéz nos disse:  "O amor é o melhor exemplo de comunicação. É capaz de tudo sem nada, sem palavras. O amor multiplica a capacidade de ver".  Concordo. Acho que uma pitada de amor no fazer jornalístico pode fazer toda a diferença.

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Para mim, um dos maiores exemplos disso é Cremilda Medina, jornalista, pesquisadora e professora da Universidade de São Paulo (USP). Para ela, o repórter, no exercício da reportagem, não deve ser mais do que um mediador social de discursos. Em seu livro A arte de tecer o presente (2003), Cremilda explica sua tese de doutorado intitulada Modo de ser, mo'dizer, defendida na USP em 1986. Sua teoria está fundamentada na experimentação da linguagem dialógica, na defesa do conceito de "diálogo possível", que consiste na pesquisa teórica da entrevista como "arte do diálogo".

PUBLICIDADE

Sua tese não se pautou pela cartilha ortodoxa das normas acadêmicas, mas, sim, pela experimentação prática. Para Cremilda, devemos humanizar as técnicas jornalísticas no cotidiano, principalmente quando lidamos com anônimos. Ainda de acordo com a professora, "a pedagogia de um novo jornalismo recupera o prazer e o desejo solidário de descobrir pessoas". Na prática, ela defende que a entrevista deve atingir a fluidez do diálogo entre entrevistado e entrevistador. Quem pergunta não deve se impor através de agressividade ou autoritarismo. A interação entre os dois, repórter e fonte, deve ter como objetivo a busca da confiança recíproca para promover um verdadeiro diálogo.

Assim, e de uma forma ampla, amar é dialogar, é se interessar pelo outro e pela sua história. É também passar por cima de preconceitos e pudores para dar voz e ouvidos. Uma tarefa aplicada no dia a dia. Uma pitada que pode dar um sabor diferente e muito mais humano a um trabalho que, muitas vezes, se faz mecanizado.

Lidiane Ferreira, de 23 anos, é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.