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O dia a dia dos alunos Curso Estado de Jornalismo

O fato nas fotos

A imagem na capa do jornal é, talvez, o elemento que mais chama a atenção dos leitores nas bancas. O que seriam de fatos como a eleição de Dilma Rousseff, o velório do ex-presidente argentino Néstor Kirchner ou, até mesmo, a pane no Metrô de São Paulo, em setembro, sem suas respectivas fotos?

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Por Redação
Atualização:

Tem imagens que prezam pela beleza de uma cidade, de crianças brincando, outras captam o momento único, um cochicho significante, um olhar, um chute na bola.

Quando estourou a guerra do Iraque, em 2003, o repórter fotográfico Juca Varella estava lá. Presenciou o conflito armado e, por sua cobertura, ganhou o Prêmio Esso de Reportagem ao lado do repórter Sérgio Dávila. Voltou para o país outras duas vezes, a última com o repórter Lourival Sant'Anna, e diz que, mesmo hoje, ocupando o cargo de editor de fotografia no Grupo Estado, gosta de sair para a rua pelo menos duas vezes ao ano.

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Vista de um ataque noturno norte-americano. Na foto, misturam-se as fumaças da queima de petróleo para despistar os bombardeiros com os clarões das explosões e das baterias antiaéreas. Foto: Juca Varella

Varella vê o Brasil como o País das imagens por causa da diversidade de geografia, população, cultura, paisagens naturais e urbanas. Ele acredita que a foto é tão importante quanto a manchete ou as grandes reportagens de um jornal.

Para o repórter fotográfico José Francisco Diorio - mais conhecido como JF Diorio -, uma boa foto não precisa de legenda, pois ela resume todo o acontecimento. Ele trabalha com fotografia há 21 anos, dos quais 15 no Grupo Estado, e tira, em média, 180 fotos por dia. Chega ao jornal às 13h, normalmente ultrapassa as 8 horas diárias de trabalho, mas não se queixa. "O meu trabalho é, literalmente, pesado. Em dia de jogo de futebol, carrego cerca de 30 kg de equipamentos nas costas."

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No fim de 2009, Diorio passou dois meses na Amazônia em uma expedição para encontrar índios isolados. Atravessou boa parte do Amazonas, comeu comidas estranhas, foi atacado por mosquitos e, é claro, fotografou muitas paisagens e pessoas. Ele diz que encontrou na fotografia a melhor forma de representar o real.

Equipe posa para foto durante incursão pela selva amazônica, atividade que tomou tempo da maior parte da viagem. Foto: JF Diorio

O curso dos 'focas' também tem um repórter fotográfico: o foca 21, Lucas Sampaio. Há dois anos e meio, ele trabalha profissionalmente com fotografia - um e meio como repórter fotográfico - e, nas horas de lazer, arrisca registrar os momentos dos colegas de sala, em enquadramentos sempre elogiados. Numa entrevista breve, ele deixa claro sua queda pelas imagens: "a fotografia é universal porque não tem a barreira do idioma. Dá para passar a informação de forma instantânea, direta e forte".

E para encerrar este post, nada melhor que o vídeo Birds in the Wire. A canção, composta pelo publicitário e músico Jarbas Agnelli, foi baseada na foto do repórter fotográfico Paulo Pinto com pássaros apoiados nos fios de um poste, que lembravam uma partitura. O trabalho de imagem e música foi escolhido entre os 25 melhores na Primeira Bienal do Vídeo Criativo, organizada pelo Museu Guggenheim.

[kml_flashembed movie="http://www.youtube.com/v/LoM4ZZJ2UrM" width="425" height="350" wmode="transparent" /]Carolina Almeida, de 22 anos, é formada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Foto: Estadão
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