Por Vitor Tavares
"Diferente da televisão, você fecha os olhos e entra na notícia", afirma a jornalista Paula Marinho ao descrever o tipo de informação produzida por veículos como a Rádio Estadão, onde é gerente de conteúdo. Em uma comparação, seria como livro está para o cinema. Há 15 anos no mercado de comunicação, Paula é categórica: rapidez, emoção e a vocação de ser uma companhia para o ouvinte fazem a rádio manter seu protagonismo nas coberturas jornalísticas.
Quando fala da afetividade no jornalismo, Paula lembra da sua própria vida. A memória que ela tem das suas idas ao colégio, na Zona Norte de São Paulo, é dos sons do rádio narrando os velhos jargões. "Não perca a hora"; "É a hora da notícia". As frases vinham da Rádio Bandeirantes, na voz de José Paulo de Andrade, que mais tarde viria a ser colega de redação de Paula. "A rádio tem muito disso, de mexer com a nossa emoção. Para mim, é uma honra dividir o trabalho com tantas referências que tive", contou.
A emoção e a consequente fidelidade do público no rádio vêm de vários caminhos, como a pluralidade de fontes, a credibilidade dos entrevistados, a rapidez da informação e a entonação adequada da voz de repórteres e locutores. "Mais do que a notícia, o jornalista de rádio precisa ter muita consciência de sua fala, porque ela é que vai dizer tudo", observa Paula.