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Modesto Carvalhosa: "Brasil é o único país do mundo em que a apuração das eleições é secreta"; ouça no 'Estadão Notícias'

Por Emanuel Bomfim
Atualização:

Edição desta sexta-feira, 09, entrevista o jurista Modesto Carvalhosa para falar sobre a reintrodução do voto impresso nas eleições de outubro. Apesar de ter sido aprovado na Reforma Eleitoral de 2015, a nova regra tem enfrentado resistência nas instâncias jurídicas superiores. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, entrou com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a implantação do voto impresso. Para ela, a impressão "caminha na contramão da proteção da garantia do anonimato do voto e significa verdadeiro retrocesso". Nesta semana, em parecer técnico, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) reforçou a argumentação da procuradora em manifestação enviada ao STF. Quem está com a relatoria do caso é o ministro Gilmar Mendes, que foi presidente do TSE até fevereiro deste ano.

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Em repúdio ao não cumprimento do que foi estabelecido previamente por lei, Carvalhosa entrou com uma ação na OEA (Organização dos Estados Americanos) para alertar sobre a possibilidade de fraude nas eleições brasileiras. O advogado diz que o Brasil é o único país do mundo em que a apuração é secreta. "Três ou quatro funcionários do TSE dão apuração do voto sem nenhuma fiscalização, quando que o princípio democrático fundamental é que a apuração tem que ser pública", defende. Ouça no player acima.

 

Ele ainda afirma que Dodge está "mentindo deslavadamente" ao dizer que o voto impresso acaba com o sigilo do voto. "Nas vésperas da eleição, querem que a lei seja considerada inconstitucional porque ela revela o voto dado, que é uma mentira deslavada. Não é digno de uma procuradora-geral da República dizer uma bobagem dessa."

 

Carvalhosa também critica medida aprovada pelo TSE sobre a implementação parcial do voto impresso nestas eleições. Segundo resolução da corte, apenas 5% das urnas vão conter a impressora acoplada. Ele acusa o ministro Gilmar Mendes de ter "sabotado o que foi possível" nestes dois anos para não colocar em prática a lei de 2015. "E agora, conspirando junto com a Raquel Dodge, vem dizer que não cabe o voto e que se fizer o voto impresso é em apenas 5% das urnas. É como se alguém dissesse que só vai pagar 5% do Imposto de Renda que deve para governo. Ou se cumpre 100%, ou não cumpre."

 

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Nova urna eletrônica para eleição da 2018 equipada com impressora e repositório de voto impresso (Andre Dusek/Estadão) Foto: Estadão

 

 Foto: Estadão
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