Mal entrou no táxi que a levou do aeroporto ao centro do Rio, onde participou de um seminário, na manhã desta quarta-feira, 13, a vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, ouviu a pergunta do motorista:
- Já falaram para a senhora que a senhora se parece muito com a ministra do Supremo?
Cármen Lúcia se fez de surpresa.
- É mesmo?
A ministra não se identificou. Imaginou que, se dissesse quem era, provavelmente seria chamada a fazer um comentário sobre algum processo. "Todo mundo tem um caso em juízo. Antes que ele me perguntasse, eu disse 'ah, é?'. Ele veio falando, falando mal, até", contou a ministra no seminário, para diversão da plateia.
O taxista esclareceu:
- A senhora parece, mas não é semelhante.
- Entendo perfeitamente.
A corrida chegou ao fim e o motorista se despediu.
_ Qual é seu nome?
- Lúcia
- A senhora devia olhar essa Cármen Lúcia. Assiste à TV Senado e a senhora vai ver. Mas a senhora é melhor que ela. Ela é muito carrancuda.
Cármen Lúcia contou o episódio quando mencionava a grande visibilidade atual do Poder Judiciário e comparou com o período em que entrou na faculdade de Direito, em 1975. "Naquela época, ninguém sabia nem o nome dos ministros do Supremo. Era um Poder que ficava calado, falava nos autos".
"O taxista que me trouxe não sabe exatamente o que é, mas sabe que tem lá a tal da Cármen. O Judiciário se tornou um conhecido de todo mundo e alguém necessário para todo mundo", comentou a ministra. Ela citou dado do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de que há 95 milhões de processos em tramitação, um para cada 2,1 brasileiros.