O torcedor carioca tem predileção em fazer referência aos quatro grandes times da capital pelo aumentativo. O time do cara raramente é o Botafogo, o Flamengo, o Fluminense ou o Vasco. Em geral é o Fogão, o Mengão, o Fluzão ou o Vascão. Todo mundo felizão!
Pena que os aumentativos não venham refletindo o que acontece nos jogos.
As duas primeiras partidas da semifinal do Carioca demonstram isso, a começar pelas arquibancadas. No sábado, menos de 15 mil pessoas pagaram para ver o Fluminense fazer 2 a 1 no Botafogo. Um dia depois, pouco mais de 21 mil pagantes assistiram ao empate sem gols entre Vasco e Flamengo, clássico que é chamado "dos milhões". Somado, o público que se dispôs a gastar dinheiro para assistir às duas partidas ocuparia meio Maracanã.
E era semifinal de campeonato!
Dentro de campo, pouco "ão" também. Fluminense e Botafogo até que fizeram uma partida movimentada, com o Fred batendo duas marcas individuais importantes - ultrapassou os 300 gols na carreira e se tornou o sexto maior artilheiro da história do Fluminense. Mas foi um confronto de poucas jogadas bonitas ou lances claros de gol.
Agora, confronto mesmo, no sentido mais literal da palavra, foi o que fizeram Vasco e Flamengo no domingo. O clássico se notabilizou muito mais pelas jogadas ríspidas e pelos dez cartões amarelos do que pela bola rolando. Teve pé no rosto, chute na canela e empurrão pelas costas. Só não teve gol e cartão vermelho.
A boa notícia é que os resultados das duas partidas deixaram as semifinais ainda em aberto. Assim, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco terão que jogar mais se quiserem merecer o "ão"... da decisão. Porque o do aumentativo carinhoso vai de cada um.