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Por um Fla-Flu bem jogado

Obrigado, "Coxa"

Virou lugar comum pintar a corrupção como sendo uma característica inerente a todo e qualquer político. Em especial aos adversários do PT e de seus partidos adjacentes, a Rede e o PSOL.

Por Mario Vitor Rodrigues
Atualização:

 Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

 

Trata-se de uma constatação: durante décadas a esquerda desenvolveu um eficiente lobby com o apoio de setores importantes na nossa sociedade. Das redações às bandas de rock, passando por escolas e universidades, jamais houve dúvida na hora de colonizar a mente dos brasileiros. Principalmente a dos jovens. Após a derrocada moral do petismo, entretanto, o tom precisou ser outro. E normalizar o crime a única narrativa possível.

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Por esse motivo, virou lugar comum pintar a corrupção como sendo uma característica inerente a todo e qualquer político. Em especial aos adversários do PT e de seus partidos adjacentes, a Rede e o PSOL.

Aliás, se tal estratégia peca pela falta de ineditismo, sua sazonalidade não deixa de ser curiosa: foi eloquente até 2002, então hibernou por mais de uma década e só voltou agora, envelopada nesse cínico "Fora Todos!".

Está tudo certo, desde que não contem com o apoio de Gleisi Hoffmann.

Após as agressões covardes sofridas pela jornalista Miriam Leitão durante um voo da Avianca, relatadas pela própria em sua coluna, ficou claro que a recém-empossada presidente petista não quer conversa. Muito pelo contrário, a senadora tratou de redefinir os parâmetros de sordidez ao culpar a linha editorial da Rede Globo pelo acontecido e, logo em seguida, ao colocar em suspeição o depoimento da vítima. Exemplo esse que, diga-se, foi seguido por vários militantes do PT.

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Convenhamos, sua retórica é tão irresponsável quanto criminosa, uma vez que incentiva abusos e a violência, mas não deveria surpreender a nenhum de nós. Vale lembrar, ela e seu marido -- Paulo Bernardo, ex-ministro dos governos Lula e Dilma -- já são réus na Lava-Jato, acusados de terem recebido 1 milhão de reais desviados da Petrobras, para financiar sua campanha ao senado. Sem falar em outra investigação, dando conta de repasses ainda maiores para alavancar sua candidatura ao governo do Paraná, via esquema da Odebrecht (sob o codinome "Coxa").

Não deveria surpreender, de fato, porém é bom que seja assim.

Ao explicitar sua absoluta incapacidade de recriminar atos condenáveis protagonizados pela militância e até dirigentes do partido, Gleisi ressuscita o patético episódio em que grão-mestres do PT, condenados, foram saudados como "guerreiros do povo brasileiro".

E, desta forma, nos presta um grande favor: deixa mais vivo do que nunca o sentimento de repulsa que devemos nutrir por essa gente.