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Por um Fla-Flu bem jogado

Oportunidade para refletir

É chegada a hora de observar os últimos acontecimentos sob uma perspectiva histórica.

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Por Mario Vitor Rodrigues
Atualização:

 Foto: internet

 

Recapitulando, Fernando Collor de Mello foi eleito em março de 1990, derrotando Lula na primeira eleição presidencial desde a reabertura política. Dois anos depois, enfrentou um processo de impeachment e decidiu renunciar. "Vitória da democracia", estamparam os jornais à época. Parênteses: posteriormente, foi inocentado pelo STF de todas as acusações que levaram ao seu afastamento.

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Como impõe a Carta, em seu lugar assumiu o vice eleito, Itamar Franco. Até que, faltando quatro meses para novas eleições, em junho de 1994, o deputado federal petista Jaques Wagner pleiteou a abertura de outro processo de impeachment. O pedido arquivado.

Passados 5 anos, após bater Lula duas vezes seguidas no primeiro turno, coube a Fernando Henrique Cardoso enfrentar idêntico roteiro. Tarso Genro, José Genoíno, Leonel Brizola e vários outros caciques da oposição trabalharam pelo seu impedimento, mas no registro da entrega do pedido para o então presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, destacam-se Lula e José Dirceu. Além de uma encolhida Marina Silva.

Enfim, Luiz Inácio conseguiu se eleger. Após ter renegado a Constituição, o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal e até mesmo políticas de assistências sociais, o PT assumiu um país nos trilhos e permaneceu 13 anos no poder.

Como diriam os gringos, afirmar que o Partido dos Trabalhadores manteve as mesmas práticas combatidas em seus discursos seria um understatement. Nenhum grupo político aparelhou tanto o Estado e suas instituições. Ninguém nem sequer chegou perto da sua capacidade em massificar narrativas para reescrever a história. E, é claro, acima de tudo, nunca se roubou tanto. Um assalto de bilhões aos cofres do país, portanto ao bolso do povo, que jamais será superado.

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Agora, finalmente, chegou a hora de aprender a lição.

Não para Gleisi Hoffmann, Lindbergh Farias, Alessandro Molon e Marina Silva, é claro. Tampouco para Lula, José Dirceu ou Marcelo Freixo. Mesmo as várias Sabatellas país afora, sujeitos como Wagner Moura e Chico Buarque, se mostram capazes ou desejosos de vencer a barreira imposta pela tara ideológica.

Refiro-me, isso sim, à enormidade de brasileiros que durante todo esse período abraçou o discurso da esquerda sem pestanejar. Que acreditou na narrativa de um país dividido entre ricos e pobres, entre brancos e negros, e em uma fictícia dicotomia talhada para garantir vitórias eleitorais.

O prematuro fim do mandato de Dilma Rousseff, assim como as táticas usadas por Temer de modo a livrar-se do cadafalso político, na certa causaram frustração, mas podem e devem servir de aprendizado.

É chegada a hora de observar os últimos acontecimentossob uma perspectiva histórica e reconhecer que nenhum deles foi inédito ou surpreendente.

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E de se perguntar o porquê de tanta teimosia em repetir o mesmo caminho.