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A evolução da política carioca

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Por Redação
Atualização:

A livre associação do nome Fernando Gabeira ao liberou geral tem fundamento numa lógica capaz de explicar a crise de liquidez pela lei seca. Todo mundo sabe que uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas não há simpatizante das bandeiras avançadas do candidato do PV à prefeitura do Rio que não tenha sentido um frio na espinha quando deu de cara com os jornais de terça-feira passada. Lá estava ele, enrolado à la tomara-que-caia naquela toalhinha vermelha que lhe caiu feito um tubinho escarlate, exposto nas bancas com a mesma naturalidade com que posou de ex-guerrilheiro de tanga na Ipanema festiva do final dos anos 1970.

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Nem precisava o publicitário Lula Vieira, que cuida da imagem de Gabeira na atual campanha, vir a público explicar que ele não faz essas coisas com intenção de chocar. O receio de quem justamente sempre achou um barato esse seu jeitão diferente de ser é que, numa dessas, o nobre deputado precise de mais 30 anos para exorcizar os fantasmas que, parece, já não desperta em conservadores e tementes de toda sorte de crença. A novidade neste senhor de 67 anos é a aceitação mais ampla de suas idéias ousadas, a despeito dos costumes meio afrescalhados de todo homem moderno.

Mas a suspeita de identificação com o demônio sobrevive no inconsciente coletivo do eleitor médio brasileiro: "Você vai mesmo acabar com o feriado de Nossa Senhora de Aparecida?" - precisa ainda tirar esse tipo de dúvida no corpo-a-corpo em regiões carentes do município. Daí a ver o diabo saindo do banho na tal foto da toalha vermelha, convenhamos, é um pulo. Eis o temor dos gabeiristas militantes, cariocas que apostam o que lhes sobrou de fichas nessas eleições municipais. Afinal, da geração de esquerda que entrou na vida parlamentar decidida a mudar a cara da política, Fernando Gabeira talvez seja o único que continua com a mesma cara. Já o corpinho... Deixa pra lá!

Clique aqui para ler a íntegra da coluna Ambulatório da Notícia publicada neste domingo no 'Estadão'.

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