O voto envergonhado

Afora os sem-vergonha que declaram voto errado só pelo prazer de contrariar as enquetes de boca de urna, os institutos de pesquisa prevêem uma dificuldade extra de prognósticos nesta reta final da campanha presidencial: estima-se que o surgimento de eleitores envergonhados da própria escolha possa comprometer de vez a credibilidade de todo e qualquer método de aferição da opinião pública. Tem gente por aí, dizem os entendidos na coisa, escondendo candidato no armário.

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Por Redação
Atualização:

Quem já escolheu presidenciável, mas não se sente seguro para defendê-lo nem depois do terceiro chope, estaria preferindo dissimular seu voto até em roda de amigos. Nas atuais circunstâncias do debate eleitoral, convenhamos, só o voto nulo é bem aceito por todos. Alguém na mesa do bar diz "eu te entendo" e, dessa forma, o eleitor que não ousa dizer o nome de seu candidato se livra da pergunta que não quer calar em toda discussão política neste segundo turno: "Como é que você tem coragem de votar em alguém assim?!"

A boa notícia é que faltam só 10 dias para o País mudar de assunto. Política não é, decerto, o forte do brasileiro.

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