O fato é que renúncia, quando não se precipita por apego do renunciante a direitos políticos maiores que seu cargo, é sempre uma surpresa pra todo mundo.
Ninguém renuncia atendendo a abaixo-assinado, como supõe o brasileiro indignado com a reeleição de Renan Calheiros na presidência do Senado.
Também não é da índole da raça abdicar do poder pelo bem de todos e felicidade geral da nação, daí a dificuldade de se compreender a atitude do outro ao abandonar um alto posto de comando aqui ou no Vaticano.
Mal comparando a renúncia do papa com a do Jânio, o choque com a notícia é o mesmo!
"Por quê?" - perguntam-se ainda agora fiéis e foliões perplexos com o gesto magnânimo de Bento XVI.
Tem um dado de humanidade bacana nessa história. O papa sai de cena renovando esperança de que o ser humano não perdeu de todo a capacidade de surpreender. Ainda tem coisa que não se explica, graças a Deus!