O acesso ao mercado de trabalho ainda é o maior desafio para as pessoas com deficiência no Brasil. Para essa população (mais de 45 milhões de cidadãos), ter emprego formal, com igualdade de direitos e deveres dentro de uma empresa, oportunidades equivalentes, possibilidades de evolução e de ocupar cargos de liderança é uma realidade muito limitada.
Nesse processo, pessoas que têm Síndrome de Down se tornaram emblemáticas, principalmente quando é citada a inclusão de quem convive com uma deficiência intelectual. É comum a estratégia de divulgação das práticas inclusivas ser acompanhada por fotos ou vídeos de um funcionário com Down, uniformizado e sorridente, algo que, muitas vezes, está apenas mascarando os problemas que empresas descrentes sobre a importância da inclusão criam do lado de dentro do balcão.
Ainda assim, há projetos sérios, muito bem estruturados e inclusivos de maneira genuína que trabalham diariamente para quebrar preconceitos, eliminar estigmas e promover autonomia e inclusão de cidadãos com deficiência intelectual, visual, auditiva e física.
Chefs Especiais, projeto gastronômico sem fins lucrativos para pessoas com Síndrome de Down que tem mais de 300 integrantes, é um dos exemplos positivos. E uma boa novidade desse trabalho é a parceria com a GRSA para treinamento e capacitação dos jovens que participam da iniciativa.
"O Instituto Chefs Especiais tem alguns projetos, não só de capacitação, mas principalmente para a autonomia das pessoas com Síndrome de Down. Oferece oficinas de culinária com três horas de duração e também cursos de garçom e garçonete, culinária básica, panificação, confeitaria, lavagem de louça e mapas mentais, além aulas de violão e zumba", explica Simone Berti, responsável pelo Instituto Chefs Especiais.
"Mesmo que o objetivo principal seja a autonomia dos alunos, a inclusão no mercado de trabalho é uma das consequências porque todos os cursos são ministrados com técnicas, vocabulários e posturas profissionais, com a preparação necessária para que o estudante ingressar nas atividades propostas", comenta Simone. "São profissionais de áreas distintas, principalmente mestres em instituições de ensino. Todos os assistentes são chefs de cozinha, o material é analisado e reestruturado para cada grupo específico, a partir de um processo de seleção", diz.
A coordenadora comenta que as atividades precisavam de continuidade e constância para projetos, mas não havia de recursos. "A entrada da GRSA permite abertura de mais turmas e melhor estrutura de capacitação. Há, inclusive, a possibilidade de contratação pela própria GRSA".
Simone Berti ressalta que o resultado concreto dessa capacitação na vida dos jovens com Síndrome de Down que participam do programa é uma nova perspectiva de inclusão, com subsídios e oportunidades iguais.
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