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Diversidade e Inclusão

Design para acessibilidade

Trabalho de doutorado do publicitário e designer Diego Normandi na USP aborda a inclusão de pessoas com deficiência visual no cinema. Pesquisa começou em 2011, a partir da divulgação de princípios acessíveis na Universidade Federal do Ceará. "As ações propostas encontravam barreiras práticas e efetivas quando se desejava propor alguma atividade ao público cego".

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Foto do author Luiz Alexandre Souza Ventura
Por Luiz Alexandre Souza Ventura
Atualização:


Uma campanha publicitária para divulgação de princípios acessíveis à comunidade acadêmica da Universidade Federal do Ceará e para a inclusão de pessoas com deficiência. Esse foi o ponto de partida da ampla pesquisa feita pelo designer Diego Normandi, de 33 anos, apresentada em sua conclusão de mestrado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, e defendida atualmente no doutorado, também na FAUUSP, que ele deve concluir em 2020.

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A dissertação 'Design para acessibilidade: inclusão de pessoas com deficiência visual ao serviço do cinema' está livre para download (clique aqui) e, segundo o autor, terá em breve textos e tradução de imagens, tabelas, gráficos e diagramas em áudio.

"A meta é investigar a atuação do design, a partir de processos relacionados ao design de serviços (que pode ser descrito, modelado e projetado a partir dos conhecimentos, métodos e processos pertinentes ao design), e propor soluções para inclusão de pessoas com deficiência visual em cinema e na sociedade", resume Normandi.

Ele explica que a secretaria de acessibilidade da UFC buscava ações de comunicação capazes de apresentar suas atividades voltadas ao público com deficiência (inseridos ou não na comunidade acadêmica), bem como sensibilizar a comunidade sobre a necessidade de inclusão. "Eu trabalhava na coordenadoria de comunicação social e marketing institucional, que foi acionada para realizar o trabalho de campanha", diz.


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O designer lembra que, durante a formatação da campanha 'Acesso a tudo para todos', foi percebida a dificuldade enfrentada no cotidiano das pessoas com deficiência dentro da universidade. "As ações propostas encontravam barreiras de implantação de medidas praticas e efetivas, sobretudo quando se desejava propor alguma atividade ao público cego", afirma. "Esse desafio, de oferecer acessibilidade a pessoas com deficiência visual, foi o que despertou o interesse de desenvolver a pesquisa".

Normandi comenta que a Universidade Federal do Ceará tem uma sala de cinema na Casa Amarela Eusélio Oliveira e acreditava-se que o ambiente poderia ser um importante aliado na inclusão de pessoas com deficiência. "Era sabido que o grupo Lead (Legendagem e Audiodescrição), vinculado à universidade, fazia pesquisas voltadas ao acesso de cegos a conteúdos audiovisuais".

Segundo o designer, o grupo da área de Linguística tinha foco na tradução intersemiótica de materiais audiovisuais para faixa sonora, ou seja, a audiodescrição. "Percebeu-se que somente esse processo não seria suficiente, era necessária visão mais ampla e integrada de diversos componentes da questão, responder perguntas e propor ações nas diferentes áreas do conhecimento que interagissem para viabilizar este acesso".

Formado em comunicação, com habilitação em publicidade e propaganda, especilizado em cinema e o marketing, Normandi afirma que o interesse pelo design surgiu quando ele pretendia dar aula na universidade. "Em 2012, fui professor temporário do curso de design da UFC, o que me aproximou das discussões e me estimulou a buscar nessa área métodos que pudessem oferecer soluções de acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência visual".

O aprofundamento e a pesquisa surgiram quando ele ingressou no mestrado da FAUUSP. "Foi a oportunidade de integrar os diversos conhecimentos oriundos de minha formação anterior ao leque oferecido pelo design, e investir na proposta interdisciplinar que guiou o desenvolvimento da pesquisa", ressalta.

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