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Diversidade e Inclusão

Estudantes criam leme eletrônico para paracanoagem oceânica

Projeto de formandos em engenharia da Unisanta (Santos/SP) é inédito. Sistema elimina pedais nos caiaques de alta performance (surfski) e permite comando do equipamento com as mãos.

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Por Luiz Alexandre Souza Ventura
Atualização:

Alunos de engenharia eletrônica e engenharia mecânica da Universidade Santa Cecília (Unisanta), em Santos, litoral sul de SP, desenvolveram um sistema que dispensa o uso de pedais nos caiaques de alta performance (surfski). O mecanismo, criado para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), permite movimentar o leme com as mãos por meio de um transmissor acoplado ao remo. Na canoagem oceânica, esses lemes são comandados com os pés.

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A sugestão para o projeto foi feita por Celso Filetti, tricampeão brasileiro de Canoagem Havaiana, amigo pessoal dos estudantes. O atleta comemora o resultado e destaca a importância do sistema para o esporte paralímpico.

"É um projeto precursor. Eles (os alunos) não imaginam a dimensão desse projeto para a inclusão. O Fernando Fernandes já tentou fazer algo semelhante na Europa e em outros países, mas ninguém aprofundou o trabalho", diz Filetti. "A universidade possibilitou esse desenvolvimento, que vai contribuir para a canoagem oceânica, canoagem havaiana e outros barcos", ressaltou

O tetracampeão mundial de paracanoagem, Fernando Fernandes, foi a Santos conhecer o projeto e acompanhou a apresentação do TCC na piscina da Unisanta.

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Fernando Fernandes, tetracampeão mundial de paracanoagem, foi a Santos conhecer o projeto e acompanhou a apresentação do TCC na piscina da Unisanta. Imagem: Divulgação  Foto: Estadão

"Sempre desejei competir no mar. Para quem está numa cadeira de rodas, o mar é a liberdade total. Poder utilizar esse sistema de leme é a maior representação de liberdade para mim. É um passo que talvez os alunos não tenham ideia da grandeza, pois estão desenvolvendo algo para pessoas do mundo inteiro. É um projeto inovador em escala mundial", disse Fernandes.

O teste do sistema foi feito pelo paracanoísta Daniel Bueno Dias. "É motivador, pela inclusão da paracanoagem na canoagem oceânica. Hoje, nessa modalidade, são utilizados barcos sem leme, e com menor velocidade", explicou. "No mar, o atleta sofre efeitos da correnteza, maré e vento, o que torna o controle do leme fundamental, principalmente num barco grande de alto rendimento. Esse produto precisa ser mundial. É um avanço do esporte, muito mais do que um trabalho de conclusão de curso".

O TCC foi desenvolvido pelos alunos Paulo Henrique Gomes Vellozo, Rodrigo Diegues Galhego e Walter Lobue dos Santos (Engenharia Eletrônica) e Gabriel Custódio, Edvan Silva, Paulo Vaz e Oliver Dammann (Engenharia Mecânica).

O princípio básico é o acionamento do leme (ou quilha) por um servo motor, sem a necessidade dos pedais convencionais. O mecanismo funciona com wifi por meio de comandos adaptados ao remo.

Teste do sistema foi feito pelo paracanoísta Daniel Bueno Dias. Imagem: Reprodução  Foto: Estadão

"Conseguimos criar a possibilidade de incluir nesse esporte as pessoas que não remam com autonomia", disse Rodrigo Galhego, formando em engenharia eletrônica. "A integração com as duas engenharias foi fundamental. A ideia chegou inicialmente ao departamento de mecânica da Unisanta, mas como era preciso a solução eletrônica para poder fazer o comando, eles vieram buscar ajuda na engenharia eletrônica", completou o estudante.

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O projeto foi um dos vencedores do concurso Neorama 2016, de inovação e empreendedorismo, da Prefeitura de Santos e Fundação Parque Tecnológico.

Também apresentado no Congresso Brasileiro de Iniciação Científica (Cobric) da Unisanta, o trabalho teve orientação da professora Sabrina Martinez e co-orientação do professor Luís Fernando Pompeo Ferrara, coordenador do curso de Engenharia Eletrônica.

TCC foi desenvolvido pelos alunos Paulo Henrique Gomes Vellozo, Rodrigo Diegues Galhego e Walter Lobue dos Santos (Engenharia Eletrônica) e Gabriel Custódio, Edvan Silva, Paulo Vaz e Oliver Dammann (Engenharia Mecânica). Imagem: Reprodução  Foto: Estadão


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