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Diversidade e Inclusão

"Libras e a língua portuguesa são complementares"

Em entrevista ao #blogVencerLimites, a fonoaudióloga Cintia Fadini fala sobre oralização de pessoas surdas, aparelhos auditivos, cuidados com a audição e também sobre como a tecnologia é uma aliada. Nesta sexta-feira, 10 de novembro, celebramos o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez.

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Por Luiz Alexandre Souza Ventura
Atualização:


Evitar sons intensos, principalmente em fones de ouvido com alta intensidade e em tempos prolongados, manter uma boa alimentação e praticar exercícios, segundo Cintia Fadini, fonoaudióloga clínica e especialista em processamento auditivo, são a melhores formas de prevenir problemas de audição.

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"A exposição contínua a sons intensos agride as células ciliadas internas, que ficam dentro da nossa orelha, responsáveis por captar os sons. Se foram lesionadas, temos a perda auditiva neurossensorial, que pode ser é tratada com uso de aparelhos auditivos", explica a mestre em Fonoaudiologia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e fonoaudióloga parceira da Signia-Siemens.

Em entrevista ao #blogVencerLimites, Cintia Fadini fala sobre oralização de pessoas surdas, equipamentos, cuidados com a audição e também sobre como a tecnologia é uma aliada.


#blogVencerLimites - Qual a sua opinião sobre a oralização de pessoas surdas? Muitas reclamam de uma forte pressão para aprenderem a falar, o que pode ser muito estressante e constrangedor.

Cintia Fadini - Mais importante do que a fala é a linguagem, é entender o sistema linguístico e atribuir suas funções. O fato da pessoa não falar não significa que ela não tenha linguagem. Algumas pessoas não adquirem a fala, mas conseguem se comunicar por outros meios, como a língua de sinais.

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#blogVencerLimites - Já usei aparelho auditivo e não me adaptei. O mundo é muito barulhento. Os sons agudos, principalmente, me incomodaram demais. Há muitos casos de pessoas que precisam do aparelho, mas não se adaptam? O que pode ser feito para melhorar essa situação?

Cintia Fadini - Quando faço a seleção e adaptação do aparelho auditivo em meus pacientes, além da avaliação completa da audição, considero todas as informações importantes, desde a história clinica da sua audição, seus interesses, convívio social, hábitos e lazeres. Considero que estes fatores, quando não olhados com cautela, podem trazer grande desconforto ao uso do aparelho auditivo.

Temos muitas marcas, alguns aparelhos mais simples outros mais sofisticados, por isso o fonoaudiólogo é o profissional mais capacitado para selecionar e indicar o melhor tipo de aparelho auditivo para o paciente.

Após realizar todo o acompanhamento de adaptação, é necessário monitorar e acompanhar este paciente. Estamos falando de uma nova forma de ouvir. Até então, o paciente tinha um padrão alterado da audição, agora ele aprenderá a ouvir o correto. Em alguns casos, treinamos a comunicação da orelha com o cérebro, para facilitar a compreensão de fala em ambientes difíceis de escuta.

#blogVencerLimites - Qual a sua avaliação sobre o ensino de Libras e de língua portuguesa para pessoas surdas? Existem muitas divergências dentro da comunidade surda sobre qual dos idiomas é mais importante.

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Cintia Fadini - Considero o ensino da Libras complementar ao estudo da língua portuguesa. A base da linguagem em uma pessoa com surdez é o ensino da Libras. Por meio dela, aprenderá conceitos que auxiliarão a entender a língua portuguesa. Uma área não anula a outra, elas se complementam.

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#blogVencerLimites - Qual a maneira correta de limpar o ouvido? Quando isso deve ser feito no consultório?

Cintia Fadini - Por mais que as pessoas achem estranho, o uso do cotonete é uma ilusão de limpeza, pois ele retira um pequeno volume de cera que o próprio organismo, por sua vez, já iria eliminar, e acaba empurrando e formando uma parede solida dentro da orelha média, o que, com o tempo dificulta a passagem do som.

Se há cera dentro da orelha, é porque o organismo ainda precisa dela, a cera protege sua orelha, é importante ela estar presente. O correto é usar o cotonete apenas fora da orelha. E se houver a necessidade, o uso de uma toalha com o dedo indicador tem a anatomia exata de até onde podemos chegar com algo dentro da nossa orelha.

#blogVencerLimites - A tecnologia é uma aliada?

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Cintia Fadini - Há programas que auxiliam, exercitando o cérebro a ouvir melhor, como o E-arena, fabricado pela Siemens. São sessões que treinam desde a atenção auditiva até a memória e compreensão do que ouvimos. Gosto muito também do portal 'Afinando o Cérebro', que traz atividades de escuta. É importante que as atividades sejam sempre supervisionadas por um profissional especialista.

#blogVencerLimites - Qual o melhor tratamento para evitar a surdez?

Cintia Fadini - Quando a pessoa começa a sentir dificuldades em entender o que os outros falam quando há barulho, ou no telefone e até mesmo quando surge um zumbido, essa pessoa deve buscar uma avaliação completa da audição. O primeiro passo é corrigir a perda auditiva. Em alguns casos é necessário reeducar a comunicação da orelha com o cérebro por meio de um treinamento auditivo supervisionado por um fonoaudiólogo.

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