PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Diversidade e Inclusão

Empresa que forma motoristas tem aulas em Libras com assistente virtual

Sistema de vídeos explicativos também tem áudio e legendas. "Incluir envolve possibilitar a existência plena e com os mesmos recursos disponíveis para toda a sociedade", diz diretora da Procondutor.

Foto do author Luiz Alexandre Souza Ventura
Por Luiz Alexandre Souza Ventura
Atualização:
 Foto: Estadão

"O debate sobre a acessibilidade ganhou novas dimensões, além da recepção de pessoas com deficiência por meio de adaptações em espaços públicos", afirma Claudia Moraes, diretora de produtos da Procondutor, empresa formadora de motoristas que usa um sistema para ensinar alunos surdos com vídeos e um assistente virtual intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais).

PUBLICIDADE

Para ela, a acessibilidade dos materiais pedagógicos cria condições que asseguram a participação de pessoas com deficiência na obtenção da CNH (Carteira Nacional de Habilitação). "Vivemos um tempo de transformação de referências e os CFCs (Centros de Formação de Condutores) precisam se preparar para atender toda a comunidade", diz.

Claudia Moraes lembra que a Feneis (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos) defende a existência de escolas bilíngues, com locais em que sejam ensinadas Libras e a língua portuguesa escrita. "Mas o aprendizado social não se restringe às salas de aula. Lições essenciais para a integração completa são esquecidas. Até para aprender a dirigir", ressalta a diretora.

A especialista cita a Lei nº 8.160/1991, que tornou obrigatória a colocação do Símbolo Internacional de Surdez em locais de acesso, circulação e utilização por pessoas com deficiência auditiva. E que sugere o uso desse mesmo símbolo na parte traseira dos carros conduzidos por pessoas. A meta dessa lei é alertar condutores que aquele motorista não responderá a sinais sonoros, como as buzinas, indicando que a melhor opção seria sinalizar utilizando os faróis.

Publicidade

Claudia Moraes é diretora de produtos da Procondutor. Foto: Divulgação

"Antes da etapa prática, é preciso observar a formação teórica adequada para esses motoristas, atentando-se aos estímulos multissensoriais, além de se preocupar com a interação verbal estabelecida com o instrutor", explica.

Essa ação, avalia a diretora da Procondutor, é uma forma de valorizar a responsabilidade social das empresas que atuam nesse segmento e atende a uma das exigências da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (nº 13.146/2015), que estende a acessibilidade também para as plataformas em linha, garantindo às pessoas com deficiência acesso às informações disponíveis, conforme as melhores práticas e diretrizes adotadas internacionalmente.

"O desafio da inclusão é uma nova fronteira na busca por uma sociedade mais igualitária e humana, que leva em conta espaços, ambientes e recursos acessíveis a todos os cidadãos, proporcionando oportunidades iguais", conclui Claudia Moraes,

No Estado de SP, o departamento de trânsito segue o Programa de Atenção à Acessibilidade, firmado com a Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência. E a portaria nº 1.251, de 16 de novembro de 2011, estabelece os requisitos de acessibilidade a serem observados pelas Auto Escolas e Centros de Formação de Condutores.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.