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Diversidade e Inclusão

Sou mãe de uma criança com deficiência

Os desafios da maternidade surgem ainda na gestação, quando o corpo da mulher passa por poderosas mudanças. Homens jamais poderão entender plenamente essa metamorfose. E saber que aquele bebê virá ao mundo com diferenças capazes de alterar completamente os planos já estabelecidos é assustador.

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Por Luiz Alexandre Souza Ventura
Atualização:

Samuel e Malu são atendidos pela AACD. Imagem: Divulgação Foto: Estadão

Muitas histórias de mulheres que precisaram rever os próprios conceitos quando descobriram que seriam mães de crianças com deficiência fazem parte da rotina da AACD. O #blogVencerLimites conversou com essas mães para saber como a nova realidade precisa ser encarada.

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"Descobri que minha filha nasceria com artrogripose quando estava no sexto mês de gestação. Nossa primeira reação foi buscar na dados na internet. E só encontramos informações ruins", conta Cassandra, mãe de Malu. "Passamos a consultar médicos para entender melhor o que nos aguardava", diz.

Seis horas após nascer, Malu fez sua primeira sessão de fisioterapia. "Ainda no hospital, dentro da maternidade, surgiu o preconceito, quando demos o primeiro banho", lembra Cassandra. "Meu desafio de mãe é garantir que minha filha seja feliz e independente", afirma.

Seis horas após nascer, Malu fez sua primeira sessão de fisioterapia. Imagem: Divulgação Foto: Estadão

A história de Samanta, mãe de Samuel, hoje com 4 anos, também começou na gestação. "Foi uma ultrassonografia, na 19ª semana. Era minha segunda gravidez e eu sabia como funcionava o exame. Percebi que o médico demorou mais do que o habitual e concentrou atenção na cabeça do bebê, mas ele não falava nada", relata Samanta.

"Fiquei sabendo naquele dia que meu filho tinha mielomeningocele e hidrocefalia. Meu mundo caiu. Fui pesquisar na internet e só encontrei coisas horríveis. Passei uma semana chorando o dia inteiro. Eu não sabia nada sobre pessoas com deficiência e jamais havia ouvido falar a respeito do que afetava meu filho", diz Samanta, que mora em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

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Enfrentar o preconceito é fundamental, procurando na ausência de conhecimento uma forma de modificar a visão sobre o que significa ser mãe de uma criança com deficiência.

"Eu percebo os olhares, escuto comentários, mas o que importa é a nossa vida, a evolução, a felicidade nas pequenas coisas. A expectativa era de que minha filha não conseguiria andar, mas ela consegue. E cada novo movimento é uma festa para nós", afirma Cassandra.

"São vários desafios. As escolas não estão preparadas, não há acessibilidade nas ruas e nos ônibus. Ser diferente não pode impedir meu filho de estudar", desabafa Samanta. "Certa vez formos assistir a uma apresentação do meu sobrinho na escola que afirmava ser totalmente acessível, mas não havia elevador. Eu perguntei ao diretor como meu filho, que usa a cadeira de rodas, conseguiria frequentar aquela escola. E esse diretor só conseguiu me pedir desculpas", lembra a mãe de Samuel.

"Eu não sabia nada sobre pessoas com deficiência e jamais havia ouvido falar a respeito do que afetava meu filho", diz a mãe de Samuel Foto: Estadão

Cassandra e Samanta afirmam ter encontrado na AACD o apoio necessário para garantir a Malu e Samuel qualidade de vida e dignidade, mas também informações corretas, apoio psicológico e atendimento médico de qualidade.

"Mudou completamente a nossa vida. A convivência com outras crianças faz a Malu evoluir constantemente e nós percebemos isso. Ela faz tudo de uma maneira própria. A equipe da associação trata minha filha com uma leveza única", diz Cassandra.

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"Frequentar a AACD mudou a minha visão, mostrou outra realidade de vida. Para meu filho é bom fisicamente e também emocionalmente. Nós recebemos cuidados. Samuel é igual a todos na associação, todos usam os mesmos equipamentos, recebem os mesmos tratamentos. Enquanto na escola convencional ele é 'o cadeirante', na associação ele é somente o Samuel", conclui Samanta.

Samuel e Malu são atendidos pela AACD. Imagem: Divulgação Foto: Estadão
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