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Diversidade e Inclusão

"Todo o esforço será recompensado"

O nadador Thomaz Matera vai participar de sua primeira paralimpíada, com a meta de ficar entre os oito melhores nas classes S12 e S13, para pessoas com deficiência visual. E leva na bagagem mais de 160 medalhas conquistadas em 15 anos de competições.

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Por Luiz Alexandre Souza Ventura
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 Foto: Estadão

Thomaz Matera é o atual recordista brasileiro nos 100m livre (S12), com o tempo de 57s60. Está em 10º lugar entre os nadadores mais rápidos do mundo na classe S12. Começou a competir aos 12 anos, mesma época na qual descobriu ter uma retinose pigmentar, que causa degeneração gradativa da retina. Hoje, com 60% da capacidade de visão, já acumula 20 medalhas em competições nas classes S12 e S13.

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Para os Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, o atleta quer ser finalista e ficar entre os oito melhores do mundo. "Minha expectativa é a melhor possível. A meta é ser finalista. Será minha primeira paralimpíada e estou confiante", diz.

Thomaz mora e treina no Rio. Vai competir em casa, em seis provas: 50m livre e 100m costas na classe S12; 100m livre, 100m borboleta, 200m medley e 400m livre na classe S13. Será uma dura batalha. Eliminatórias e finais serão sempre no mesmo dia, de manhã e à noite.

 Foto: Estadão

Sobre o legado dos Jogos do Rio, o atleta diz já existir. "Sempre pensamos em algo concreto, algo físico, quando falamos de legado. Na natação, que posso falar com mais propriedade, é o Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro. Nele, a parte de natação é muito completa e também contempla outras modalidades".

E o tal 'exemplo de superação', o retrato do 'herói', abordagem habitualmente usada pela mídia em geral quando um atleta com deficiência se torna conhecido, diminuindo todo o treinamento, empenho, fibra e qualidades desse atleta? Para Thomaz, todos os atletas merecem respeito.

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"É sempre bom sermos incentivados, mas são todos seres humanos, com sonhos, ambições e desejos. Então, não acho que deva haver diferença no tratamento", afirma.

Thomaz Matera tem 27 anos. Começou a nadar aos 11, na modalidade convencional, e competiu durante dez anos. Ficou sete anos afastado para cursar a faculdade de Engenharia de Produção pelo Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio). "Após me formar, reavaliei minha vida de atleta e decidi voltar a praticar um esporte. Vi uma oportunidade para que eu pudesse dar o meu melhor e ter bons resultados".

O nadador leva para sua primeira paralimpíada a dedicação, o empenho e a determinação que resultaram em 160 medalhas, em 15 anos de vida esportiva. Após os Jogos do Rio, a meta é continuar participando de competições internacionais e conseguir cada vez mais vitórias.

Mais três nadadores brasileiros vão disputar medalhas nas classes para pessoas com deficiência no Rio. Raquel Viel, nos 50m livre e os 100m costas pela S12 e 100m peito pela SB13. Carlos Farrenberg, nas provas de 50m e 100m livre na S13, e Guilherme Batista, nos 50m e 100m livre na S13, e também nos 100m peito pela SB13.

A única medalhista brasileira na natação paralímpica, para pessoas com deficiência visual, é Fabiana Sugimori, da classe S11, que ganhou ouro em Sydney (2000) e Atenas (2004), e bronze em Pequim (2008), todas nos 50m livre.

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 Foto: Estadão

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