A casa onde os Garibaldis se abrigam

Suplente de Rosalba Ciarlini, eleita governadora do RN, pai do senador vai tomar posse como titular no Senado

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Por Carol Pires e BRASÍLIA
Atualização:

Chamado de clube de amigos, onde as disputas ideológicas do plenário são curadas no cafezinho, o Senado é também a segunda casa de algumas famílias. O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), por exemplo, vai economizar na conta de telefone a partir do 1.º de fevereiro, quando o pai dele, Garibaldi Alves (PMDB-RN), tomará posse como senador da República. Suplente de Rosalba Ciarlini, será efetivado senador com a renúncia da titular, eleita governadora do Rio Grande do Norte. Garibaldi Filho, de 63 anos, tem o costume impreterível de ligar para o pai, de 87 anos, todos os dias após o expediente no Senado. "Papai, é Gueire", anuncia ao celular, antes de perguntar: "O senhor assistiu à TV Senado hoje?" Presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, ele é uma das estrelas da TV Senado.Brincalhão, Garibaldi acaba sempre levando puxão de orelha do pai quando abusa do tom piadista. "Não é do estilo dele, então ele briga. Mas todo pai briga com o filho em algum momento", contemporiza o senador, que é cobrado a ter um "tom de mais seriedade". São Paulo também terá uma bancada familiar a partir do próximo ano. Marta e Eduardo Suplicy, casados por 36 anos e divorciados desde 2001, cumprirão mandatos juntos no Senado.De amigos, Eduardo Suplicy já começou a ouvir brincadeiras: "Então vocês estão juntos novamente?". "Estamos juntos apenas no Senado", esclarece o senador, que já sugeriu a Marta que ocupe o gabinete hoje usado por Aloizio Mercadante (PT) porque é "mais perto do plenário". O gabinete é também o mais próximo da sala de Suplicy. Antes desta eleição, os únicos familiares cumprindo mandato juntos tinham sido os peemedebistas José Sarney (AP) e a filha, Roseana, que renunciou o mandato para assumir o governo do Maranhão, e os irmãos Osmar e Álvaro Dias. Em lados opostos na política - um pelo governista PDT e outro pelo PSDB oposicionista -, os dois fizeram um pacto de, pelo menos, não se enfrentarem em eleições. O resto, segundo Álvaro Dias, é "administrável". No Senado, as únicas trocas de farpas eram mesmo sobre a idade. O mais novo, Osmar, aparenta ser mais velho por cultivar uma vasta barba branca. "Não parece, mas eu sou o mais novo", diz ele, que encerra o mandato este ano. "Meu nepotismo acabou", brinca Álvaro, que afirma ter a "vantagem de ser mais experiente".

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