PUBLICIDADE

A dez dias da eleição, candidatos concentram busca de votos no Sul

No Paraná, Serra defende cooperativismo e critica política cambial; no Rio Grande do Sul, Dilma exalta redução de índice de desemprego

Por Lucas Azevedo e PORTO ALEGRE
Atualização:

A dez dias da eleição que vai decidir que será o novo presidente da República, os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) foram buscar votos no Sul do País. Serra permaneceu o dia em campanha no Paraná. Dilma também passou pelo Estado, mas depois seguiu para o Rio Grande do Sul.Em Maringá, o tucano prometeu estimular o cooperativismo para melhorar a produção agrícola e gerar empregos. Maringá é sede de uma das maiores cooperativas agroindustriais do Brasil. "O cooperativismo na agricultura fortalece o pequeno produtor, melhora a qualidade da produção, facilita a comercialização e, inclusive, o crédito", disse Serra. "Meu governo será um aliado da produção e, principalmente, da criação de empregos."Para alavancar a geração de empregos no País, é preciso, segundo o candidato do PSDB, facilitar o cooperativismo de crédito, levar paz ao campo e dar infraestrutura a portos e aeroportos. "Maringá precisa de um aeroporto maior, que permita cargueiros de grande porte, não só para a agricultura, mas também para o setor de confecções", defendeu."O Porto de Paranaguá está congestionadíssimo por atraso em investimentos", argumentou. "Uma de minhas prioridades será a recuperação dos portos em todo o País."Serra comentou a crescente desvalorização do dólar, que o governo federal está tentando evitar. "Essa questão do câmbio é fruto de uma política econômica de médio e longo prazo errada. Portanto, só poderá ser corrigida por medidas de médio e longo prazo." Em Porto Alegre, Dilma exaltou a redução do índice de desemprego no País divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que em setembro foi de 6,2% ante 6,7 % em agosto deste ano. "A melhor notícia de hoje é a que mostra que o Brasil está em uma situação tecnicamente de pleno emprego. Porque a taxa de desemprego se equivale à taxa de pleno emprego", disse petista.O índice representou o menor índice mensal da série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), iniciada em março de 2002. "Estamos provando que o Brasil pode crescer a 7,5%, com a inflação sob controle. É compatível crescimento, inflação baixa e emprego alto. Essa é a grande notícia que o Brasil está experimentando este ano."Ataques. Questionada sobre o acirramento da disputa eleitoral, pontuada pelas trocas de acusações, Dilma jogou a culpa na direita. "Há um método muito tradicional na política conservadora de direita, que é criar fatos e acusar o lado de lá de violência. É típico de campanha direitista."Na Esquina Democrática, tradicional ponto de manifestações políticas de Porto Alegre, a candidata se encontrou com políticos eleitos pela Unidade Popular pelo Rio Grande (coligação dos aliados e PT no Rio Grande do Sul), entre eles o governador eleito Tarso Genro. Andando n a carroceria de um veiculo pelo meio do publico, Dilma causou muito empurra-empurra. De acordo com a Brigada Militar, mais de 10 mil pessoas chegaram a se aglomerar para enxergar melhor a comitiva petista.Em frente à prefeitura, Dilma discursou rapidamente. "Cada um que for votar em mim, que arranje mais um voto", pediu. "O nosso projeto é generoso e não instiga o ódio, mas o amor." Depois do evento, a petista foi para seu apartamento, na zona sul de Porto Alegre, onde descansou na companhia da filha e do neto. Às 19h20, ela rumou para o aeroporto, de onde embarcou para Caxias do Sul.EU PROMETOPromessas de José Serra (PSDB)Fazer melhorias ao aeroporto de Maringá e direcionar dinheiro do FAT e do BNDES para o crédito a cooperativas: "Vou estimular o cooperativismo por meio de cooperativas de crédito que cobram juros menores"EU PROMETOPromessa de Dilma Rousseff (PT)Reduzir o endividamento público a 30% do PIB (Produto Interno Bruto): "Vou reduzir progressivamente o endividamento público e caminhar para padrões internacionais de juros"

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.