PUBLICIDADE

Aeroporto Salgado Filho usará falcões para proteger vôos

Aves serão usadas para espantarem aves menores que batem em aviões

Por Agencia Estado
Atualização:

A superintendência regional da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) no Rio Grande do Sul decidiu usar falcões como "protetores" das operações de pouso e decolagem no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. A expectativa é que as aves de rapina espantem aves menores que eventualmente causam danos aos vôos ao baterem em aviões ou serem sugadas pelas turbinas. O último incidente ocorreu no dia 29 de janeiro, quando um pássaro se chocou contra a cabine de um A320 da TAM que estava aterrissando no Salgado Filho. Após concluir a pouso, o aparelho ficou em terra para revisão. Os passageiros tiveram de ser acomodados em outro avião e seguiram viagem com 55 minutos de atraso. O superintendente-adjunto da Infraero, Marco Aurélio Franceschi, explica que o uso das aves de rapina passará por um período de testes, a partir de março. Na fase inicial, quatro falcões-de-coleira, orientados por um treinador, serão liberados algumas vezes por dia, nos períodos em que a pista ficar pelo menos 15 minutos sem pousos e decolagens, e chamados de volta assim que a torre pedir. Durante seus vôos, os falcões atacarão as aves menores, especialmente a espécie mais abundante na área, o quero-quero. Espera-se que a presença do predador faça os pássaros procurarem outros hábitats. Se o resultado for bom, a Infraero poderá passar para um segunda fase e importar falcões-peregrinos da Argentina. São aves maiores, com 900 gramas de peso e capazes de atacar também as garças que vivem nos banhados que circundam a pista do Salgado Filho, algo que os falcões-de-coleira, com 350 gramas, não fazem. "A idéia pode se difundir para todo o País", avalia Franceschi. A colisão de aves com aviões é um problema mundial. Os falcões já são usados como "protetores" em aeroportos da Argentina, Colômbia e Estados Unidos. O Salgado Filho também convive com um problema adicional, o lixo que moradores da Vila Dique, ao lado da cabeceira 29, jogam para dentro do terreno do aeroporto, também atrai aves. A cada semana, a Infraero retira 10 toneladas de restos orgânicos do local. A solução poderá vir em 2008, se a transferência das famílias para dar espaço à ampliação da pista for confirmada pela prefeitura de Porto Alegre.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.