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Aeroportos implantam escaneamento corporal como medida de segurança

Embaixada dos EUA doou 4 Body Scans, que serão instalados nos aeroportos internacionais de Manaus, SP, Recife e Rio

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Por Redação
Atualização:

 

RIO - Passageiros que embarcarem em quatro grandes aeroportos brasileiros podem ser selecionados, a partir deste mês, para passar pelo novo e polêmico aparelho de escaneamento corporal conhecido como "body scanner".

 

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O equipamento, que funcionará nas áreas de embarque internacional de Guarulhos (SP), Galeão (Rio), Recife e Manaus, foi apresentado ontem pela Polícia Federal, com o objetivo de examinar indivíduos suspeitos e evitar que eles viajem com armas, explosivos ou drogas.

 

O uso do aparelho em aeroportos dos Estados Unidos e da Reino Unido levantou questionamentos sobre a invasão da intimidade dos passageiros, uma vez que a máquina permite que os agentes aeroportuários enxerguem "sob as roupas" dos investigados. A PF esclareceu, no entanto, que a imagem - gerada a partir da radiação emitida pelo equipamento, como uma radiografia - só tem capacidade de mostrar ossos, órgãos, objetos estranhos e o contorno do corpo dos indivíduos.

 

O superintendente da PF no Rio, Ângelo Gioia, admitiu que a técnica pode ser considerada invasiva, "mas no limite". "A legislação atual permite a busca pessoal quando há fundadas suspeitas de atividade ilícita. Esta técnica seria menos invasiva que outras que já estão em vigor, mais constrangedoras", afirmou. "Nunca há excesso quando se fala de segurança."

 

Quando o scanner entrar em operação nos quatro aeroportos, os indivíduos suspeitos não deverão mais passar por revistas pessoais ou se despir durante os procedimentos de buscas. Se um passageiro despertar a desconfiança dos agentes durante os procedimentos de segurança tradicionais antes do embarque, ele será encaminhado a um ambiente reservado e passará sob um portal - no mesmo formato dos detectores de metais - em um procedimento que dura cerca de 7 segundos. Como nas revistas tradicionais, mulheres só poderão ser acompanhadas por policiais do sexo feminino.

 

Armas escondidas sob as roupas, explosivos, munições e até drogas introduzidas no corpo poderão ser identificados com o auxílio do aparelho. "Se eu tiver uma carteira no bolso com uma medalha, será possível identificar a inscrição nessa medalha", comparou Gioia. "Essa é uma ferramenta importante na repressão ao tráfico de drogas e ao contrabando, e também para permitir maior segurança aeroportuária", avaliou.

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A instalação dos equipamentos é também um sinal de que o País tenta atender aos padrões internacionais de segurança diante da realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, inclusive no combate ao terrorismo. "Estamos diante de grandes eventos e acreditamos que esse equipamento vai ampliar a segurança nos aeroportos brasileiros", disse o superintendente.

 

Os quatro portais entregues à PF, avaliados em US$ 145 mil cada, foram doados pelo Departamento de Estado americano. Para o embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, o equipamento vai contribuir para o aumento a segurança no continente. "Há vários exemplos de êxito desse equipamento nos EUA. Não podemos revelar informações por motivos de segurança, mas posso assegurar que essa máquina já salvou muitas vidas", afirmou. A apresentação do equipamento no Rio também contou com a participação de um representante da agência americana de combate ao tráfico de drogas, a DEA.

 

Os policiais que vão operar os "body scanners" nos aeroportos estão sendo treinados por técnicos e radiologistas para poder interpretar as imagens exibidas na tela. A PF informou que os aparelhos começam a funcionar em maio, mas não estabeleceu uma data específica.

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