PUBLICIDADE

Alckmin elogia Dilma e discute dívida

Tucano vai pedir em maio que governo federal amplie teto de endividamento de SP em R$ 15 bilhões, para aumentar investimentos

Foto do author Leonencio Nossa
Por Roberto Almeida e Leonencio Nossa
Atualização:

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou ontem que a solicitação para ampliação do teto da dívida paulista em R$ 15 bilhões, pretendida pelo Palácio dos Bandeirantes para aumentar a capacidade de investimento do Estado, será encaminhada ao governo federal em maio, quando a União discute o Programa de Ajuste Fiscal de São Paulo. O aumento do limite de endividamento do Estado foi discutido ontem pelo governador com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília. No encontro, o tucano defendeu a ampliação do teto em virtude da queda da relação entre a dívida e a receita corrente líquida da Fazenda paulista. Num momento de perda de espaço do ex-governador paulista José Serra para o senador Aécio Neves (MG) no PSDB, e de mudanças no comando do também oposicionista DEM, Alckmin se valeu da "relação institucional" com o Planalto para se colocar como interlocutor da oposição e de São Paulo com Dilma, avaliaram auxiliares da presidente. O tucano tentou ontem dar o máximo de visibilidade à primeira audiência com Dilma. Questionado sobre a postura discreta da presidente, que chegou a ser comparada, como ele, a um "picolé de chuchu", o governador riu e elogiou a petista: "Nós torcemos muito por ela, por seu trabalho. Ela tem conhecimento de Estado e de gestão. São Paulo será um parceiro deste trabalho".Convencimento. "Em relação à questão do endividamento, mostrei que São Paulo melhorou muito a relação da dívida sobre a receita corrente líquida. A relação, que a Lei de Responsabilidade (Fiscal) estabelece como dois, nós estamos hoje em 1,5. Isso abre um espaço grande para novos financiamentos", afirmou Alckmin à noite, após receber o cônsul-geral do Japão, Kazuaki Obe, e a comunidade japonesa no Palácio dos Bandeirantes.De acordo com dados da Secretaria da Fazenda de São Paulo, a dívida paulista saltou de R$ 120 bilhões no final de 2007 para R$ 152,7 bilhões no fim do ano passado. Alckmin quer chegar a 2014 com um total de R$ 80 bilhões em investimentos. Indagado se Dilma acenou positivamente sobre o montante pretendido por São Paulo, não respondeu.O Programa de Ajuste Fiscal, que definirá se São Paulo pode ampliar o teto de sua dívida, foi assinado por 25 governadores no final da década de 1990 como parte do refinanciamento da dívida dos Estados.O Palácio dos Bandeirantes terá de apresentar, em maio, um balanço das contas estaduais e metas para o triênio. Os dados ainda passarão por avaliação do Ministério da Fazenda e análise do Tesouro Nacional.Infraestrutura. Na reunião com Dilma, Alckmin exemplificou investimentos que pretende fazer. O tucano destacou a execução da asa norte do Rodoanel, que, segundo ele, será feita inteiramente com dinheiro público, da hidrovia Tietê-Paraná, do Ferroanel paulista e do trem-bala.Após o encontro, Alckmin fez questão de ressaltar que suas posições sobre obras de infraestrutura em São Paulo contam com o apoio da "presidenta" Dilma. "A presidenta foi receptiva com as obras do Rodoanel", "a presidenta defendeu também o trem de alta velocidade", "Dilma se preocupa com a logística", repetiu o tucano, como um mantra.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.