Anac deve recorrer nesta sexta contra veto em Congonhas

Justiça de São Paulo restringiu pousos dos modelos Fokker e Boeing

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Por Agencia Estado
Atualização:

Representantes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vão se reunir nesta sexta-feira, 23, com a desembargadora federal Cecília Marcondes, do Tribunal Regional Federal (TRF) para recorrer contra a decisão que determinou a interrupção das operações de três tipos de aviões no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Os diretores da Anac Denise Abreu e Josef Barat vão se encontrar com a desembargadora às 13 horas, em São Paulo. A decisão envolve os modelos Fokker-100 e Boeings 737-700 e 737-800 e afeta diretamente a Gol e a OceanAir, e passaria a valer a partir de segunda-feira, 26. A assessoria de imprensa da Anac informou que, caso a desembargadora não aceite os argumentos da agência e mantenha a decisão, a Anac entrará com um recurso ainda nesta sexta-feira para tentar suspender as restrições. Na decisão proferida às vésperas do carnaval, a desembargadora Cecília Marcondes havia condicionado a restrição ao pouso desse aviões à prestação de maiores esclarecimentos técnicos sobre peso e necessidade de uso da pista durante o pouso de cada equipamento. Mas as informações apresentadas pela Anac até agora não teriam convencido a desembargadora e, por isso, a agência prepara para esta sexta-feira algum tipo de recurso. ?Estamos ultimando os argumentos para apresentar até amanhã um novo recurso?, afirmou o presidente da Anac, Milton Zuanazzi, na quinta-feira, 22. Na quinta-feira, a diretora da Anac Denise Abreu se reuniu em São Paulo com técnicos das empresas aéreas para pegar mais argumentos técnicos para apresentar à Justiça. A documentação foi entregue durante a tarde.Havia uma expectativa, por parte da agência, de uma audiência da diretora com a desembargadora, que não aconteceu. Embasamento Em Brasília, Zuanazzi criticou o que chamou de ?falta de embasamento técnico? das recentes decisões da justiça paulista, que - em ações propostas pelo Ministério Público Federal (MPF), movidas sempre sob alegação de questões de segurança - tentam restringir as operações em Congonhas. ?Nos preocupa o fato de não estarmos vendo nenhum laudo técnico que dê suporte a essas decisões?, disse Zuanazzi. Ele ressaltou que o governo também está preocupado em garantir segurança nos pousos e decolagens em Congonhas. ?Não estamos tergiversando?, afirmou, acrescentando que, por razões de segurança, a Anac determinou a interdição da pista em momentos de chuva forte, para a medição do nível de água acumulado. Segundo Zuanazzi, é melhor para o transporte aéreo do País operar em Congonhas com as restrições definidas pelas autoridades aeronáuticas - como a interrupção em caso de chuvas - do que interditar total ou parcialmente as pistas. ?Se tivermos de redistribuir o fluxo de Congonhas, o aeroporto de Cumbica (Guarulhos) só teria capacidade para receber até 25% do movimento, e Viracopos (Campinas), 10%. O que faríamos com os demais 65%?? Esta matéria foi alterada às 11h34 para acréscimo de informações.

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