Anac veta vôo da BRA no exterior

Venda de passagens é suspensa; problema é manutenção de jatos

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Por e Rodrigo Brancatelli
Atualização:

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu ontem, por tempo indeterminado, as vendas de passagens internacionais da empresa BRA. Segundo a agência, foram os problemas que a companhia teve com os dois Boeings 767 que fazem rotas para o exterior que motivaram a decisão. Na terça-feira, uma aeronave com destino a Milão teve de fazer um pouso forçado no Aeroporto Internacional de Natal. O vôo 1557 partiu de São Paulo com 193 passageiros e faria escala em Lisboa e Madri. De acordo com a companhia, o avião teve problemas técnicos no compressor do motor e a manutenção só foi concluída na noite de quarta. Alguns passageiros tiveram de esperar cerca de 60 horas para conseguir embarcar para a Europa. Os aviões da BRA estão agora sob inspeção da Anac - um no Rio de Janeiro e o outro em Natal. A companhia só poderá voltar a vender passagens quando os Boeings estiverem em condições de segurança operacional atestada pela agência - ou se a empresa conseguir outros aviões compatíveis com rotas internacionais. Os passageiros da BRA que adquiriram bilhetes para o exterior devem ser realocados em vôos de outras companhias, segundo a Anac. A BRA informou que ainda não havia sido notificada da decisão e se recusou a comentá-la. A Assessoria de Imprensa da empresa informou ainda que um de seus Boeings 767 estava em manutenção e, por isso, ficou retido em Natal. Há duas semanas, a empresa foi alvo de uma minuciosa auditoria da Anac. As suspeitas eram de que a empresa havia relaxado na manutenção de jatos e submetia as tripulações a jornadas excessivas de trabalho. O presidente da agência, Milton Zuanazzi, chegou a dar um ultimato à direção da companhia para que a frota se adequasse num prazo de 48 horas às exigências feitas pelos inspetores. Não foi a primeira vez que a BRA entrou na mira da Anac. Em maio de 2006, a companhia foi enquadrada no artigo 299 do Código Brasileiro de Aeronáutica, ficando sujeita até a perder a concessão.

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