PUBLICIDADE

Análise: A Força não pode suprir a carência das polícias

'Trata-se de um programa com objetivo de atuar em situações de emergência, como as que estão acontecendo nos presídios'

Por Renato Sérgio de Lima
Atualização:
Militares não devem substituir agentes penitenciários no interior dos presídios Foto: Rodrigo Sales/Folha de Boa Vista

A curto prazo, a Força Nacional pode contribuir para melhorar a crise no Amazonas e em Roraima, mas não pode suprir a carência das polícias. Trata-se de um programa com objetivo de atuar em situações de emergência, como as que estão acontecendo nos presídios, mas que tem suas limitações. Os 1,3 mil homens e mulheres não têm condições de substituir 700 mil policiais e guardas municipais. Se for banalizada, perde capacidade de intervenção.

PUBLICIDADE

Por outro lado, percebe-se um aumento de pedidos à FN, uma confissão de que as forças policiais são incapazes de dar conta do recado. Um exemplo é o que aconteceu em Alagoas, no ano passado, que viveu uma crise após a saída da tropa para servir à Olimpíada. A cooperação na investigação de homicídios dava tão certo que não se fazia mais concurso para novos policiais no Estado.

A Força é só um projeto pontual frente à enorme responsabilidade da União com a Segurança Pública. Formada por policiais de vários Estados, tem menos eficácia no policiamento cotidiano e precisa atuar junto com as forças locais. Frente à demanda atual, não vai conseguir responder aos problemas.

* É DIRETOR-PRESIDENTE DO FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA