A evolução, no entanto, é inegável. O IDH avalia dimensões da qualidade de vida, mas tem outros elementos nos quais o Brasil precisa avançar, como coleta de lixo, saneamento, tratamento de água. O País tem problemas localizados de alta taxa de mortalidade infantil, por exemplo. Existe ainda polêmica dentro do Pnud em relação aos programas de transferência de renda, que precisam de complementos. O economista Amartya Sen, um dos criadores do IDH, questiona o índice para medir a qualidade de vida e lembra que para conquistá-la a pessoa precisa ter acesso a habitação, saúde e educação de boa qualidade, crédito e emprego decente. Por isso, programas de transferência de renda dão melhora limitada e não sustentada. Políticas estruturais teriam nos levado para posição melhor.
Faltam ações que reduzam a pobreza significativamente, enxergando-a por prisma multidimensional, que não é só renda. Ter renda maior, mas não ter acesso a boa educação, saúde e emprego, é continuar na pobreza. Só renda não permite que tenha futuro melhor. Isso exige políticas sociais mais ousadas, estruturais, que garantam a emancipação das pessoas de fato.