Aplicativos ajudam até a fugir de filas em SP

Apps conectam usuários de smartphones ao que acontece na cidade em tempo real

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Por Edison Veiga
Atualização:

Smartphone na mão, internet e aplicativo instalado. Ao que parece, o “ser paulistano” do momento não prescinde dessa tríade tecnológica. Dos mais batidos - para driblar o trânsito caótico, o Waze já tem 1,5 milhão de usuários só na capital - às novidades, como o que acabaram de inventar para monitorar filas, tem-se a impressão de que a vida não é mais possível sem um app.

“São Paulo é a terra das filas, mas toda a equipe acredita que isso pode ser diferente”, afirma Carolline de Andrea Picolli. Ela e três amigos desenvolveram o aplicativo Tem Fila? (www.temfila.com.br). Ele funciona em qualquer canto em que a aglomeração for maior do que a capacidade de receber as pessoas - de um restaurante como o cultuado Mocotó a exposições como as que “bombam” no Museu da Imagem e do Som (MIS).

Iniciativa. Amigos criaram o Tem Fila?, que mostra se estabelecimentos estão com mais pessoas do que a capacidade Foto: Gabriela Bilo/Estadão

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“Conduzimos uma pesquisa que apontou que as pessoas se irritam mais com filas do que com preços altos e dificuldade de estacionamento”, comenta Fernanda Lagroteria Ribeiro de Carvalho, outra desenvolvedora do app. Com o aplicativo instalado no smartphone é possível acompanhar, em tempo real, o tamanho das filas e, aí, decidir qual o melhor momento para encará-las. 

Tours. Também fazem sucesso entre os usuários de celulares os aplicativos que funcionam como guias improváveis de São Paulo. No Cool Tours (www.cooltours.com.br) é possível saber a distância em que se está de um museu, o horário de funcionamento de outro ou até criar roteiros em uma mesma região da cidade, valorizando passeios a pé, entre um endereço e outro.

E, via GPS, o app também indica se o usuário estiver perto de uma instituição cultural. Para os esquecidos, uma vantagem: o aplicativo se conecta à agenda do celular, caso a ideia seja programar a visita para outra data. 

“Surgiu de uma necessidade de saber o que está acontecendo na cidade, principalmente no que diz respeito às artes visuais, de forma simples e prática”, afirma uma das desenvolvedoras, Marcelle Sartori. “O ponto de partida foi difundir a oferta cultural de São Paulo, com informações que abrangem desde a história, curiosidades, programação de mostras em curso, horários, valores de ingressos, dicas e formas de acesso.”

O Role.es (role.es) também tem a preocupação de roteirizar passeios. Com uma diferença importante nessa era colaborativa em que vivemos: trata-se de um guia para São Paulo feito pelos próprios paulistanos.

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O app possibilita que os usuários criem os roteiros, com a ideia de mostrar a cidade desconhecida, o cantinho menos badalado, mas que agrada justamente pelo quê íntimo de ser interessante para alguém. Nele, é possível listar restaurantes, bares, praças, livrarias e quaisquer outros pontos.

Transformar experiências pessoais em dicas de cultura e lazer é parte da premissa do Mapas Afetivos (www.mapasafetivos.com.br). Depois de experimentar sucesso como site, o projeto deve ser lançado como aplicativo no início do ano que vem. “Hoje, a navegação dessas histórias se dá de maneira mais fluída no site, mas queremos que as pessoas participem enviando histórias”, diz o idealizador Felipe Lavignatti. 

“A pessoa poderá tirar seu celular onde quer dar seu depoimento e colaborar, além de ver o que tem ao seu redor de histórias já contadas. Esse tipo de experiência se dá melhor nas ruas, usando um celular. E a melhor forma de proporcionar isso em um celular é por meio de um app, que é mais rápido e prático do que um navegador.”

Cidadania. Mas nem só de cultura e lazer vivem os apps. A Prefeitura de São Paulo acaba de lançar o Olhares Urbanos (gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/zoneamento-galeria), uma ferramenta para que o cidadão possa participar da revisão da Lei de Zoneamento. 

Por meio do aplicativo, o paulistano pode conhecer exemplos concretos da aplicação dos parâmetros urbanísticos na cidade e entender como funciona o dia a dia de quem utiliza esses espaços. 

O My Fun City (myfuncity.uol.com.br) faz a alegria daqueles que gostam de dar seus pitacos em tudo. Por meio dele é possível fazer avaliações pontuais na cidade, em áreas como saúde, educação e mobilidade. 

Já o Colab.re (colab.re) permite que o usuário identifique problemas - de buracos de rua a falhas de iluminação pública -, marque e proponha soluções. Sim, a cidadania agora é digital.

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