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Assembleia de professores vira ato pró-Dilma

Por Moacir Assunção
Atualização:

Uma assembleia de professores da rede estadual, na tarde de ontem, virou um ato pró-Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência. A presidente do Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Noronha, a Bebel, fez questão de defender com todas as letras, no fim do evento, o voto na presidenciável. "Está escrito nas estrelas que Dilma vai ganhar. Ela lutou contra a ditadura e o (José) Serra também fez o mesmo. A diferença é que o Serra esqueceu o sentido da palavra democracia", criticou.Pouco antes, na assembleia em frente à Secretaria Estadual de Educação, na Praça da República, ela havia ironizado o episódio do ataque a Serra por militantes petistas no Rio. "Eu já levei lata na cabeça e nunca pedi nenhum exame de tomografia por causa disso. Vamos parar de falar de bolinha de papel e discutir coisas sérias como a educação?", discursou Bebel.A líder sindical relembrou o embate entre professores e policiais em frente ao Palácio dos Bandeirantes, durante a greve da diretoria em março deste ano, para criticar o tucano, que tem afirmado em seu programa de TV que São Paulo é um modelo em educação. "Como assim? No Estado, o atual candidato usou a tropa de choque para atacar os professores, que só queriam negociar. Ele (Serra) tem falado em expandir o atual modelo do magistério paulista para outros Estados. Se isso acontecer, será a total decadência da educação", afirmou.De acordo com Bebel, o tucano tem usado sua imagem em programas de TV para criticar o professorado paulista. Durante uma das assembleias da greve, que deixou 16 feridos, ela chegou a dizer que os professores "quebrariam a espinha do PSDB em São Paulo". Além de Bebel, praticamente todos os oradores da assembleia fizeram críticas ao tucano e elogio à petista em seus discursos. Policiais militares cercaram a sede da secretaria para evitar vandalismo, mas não houve confrontos, apenas algumas provocações. Cartazes espalhados pela praça traziam escrito: "Serra mente. A educação pede socorro". A PM calculou em cerca de 700 os manifestantes, enquanto a Apeoesp falava em mais de mil O forte sol fez com que muitos preferissem ficar sob as árvores.Reivindicações. Os professores do Estado pedem 34% de aumento, centralização das atribuições de aulas, o cumprimento da promessa do governo de retirar as faltas dos professores dos prontuários e mudanças no sistema de previdência estadual.De concreto, só se deliberou que haverá um ato público unificado com outros setores do funcionalismo no dia 19 de novembro. Uma semana antes, haverá uma reunião na Delegacia Regional do Trabalho com representantes do Estado e do Judiciário.

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