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Bandidos simulam blitz e fazem arrastão na zona norte do Rio

Crime ocorreu na mesma região em que o menino João Hélio Fernandes Vieites, de 6 anos, foi arrastado, preso ao cinto de segurança de um carro roubado

Por Agencia Estado
Atualização:

Na mesma região em que ocorreu o assassinato do menino João Hélio Fernandes Vieites, de 6 anos, arrastado por sete quilômetros preso ao cinto de segurança de um carro que fora roubado, dez assaltantes armados de fuzis e pistolas fizeram, na noite de domingo, um falsa blitz. Foi na movimentada Avenida Ministro Edgard Romero, em Madureira, na zona norte da capital, onde interromperam o trânsito para roubar dois carros e objetos pessoais, como carteiras, telefones e jóias, das vítimas. A polícia acredita que os bandidos fugiram para o Morro do Cajueiro, que fica perto do local onde aconteceu o arrastão. Uma das vítimas da falsa blitz, o médico Cássio Marcelino Vieira, de 53 anos, relatou na 29ª Delegacia Policial, em Madureira, que, depois de rendido, ao sair do seu carro, um Astra, um criminoso arrancou seu cordão de ouro, ferindo-o no pescoço. O outro motorista roubado chama-se Aristides Ferrari, de 52 anos. Ele, que é auxiliar administrativo, dirigia um veículo Fox no momento em que foi abordado. Responsável pelo patrulhamento dessa região, o comandante do 9.º Batalhão da PM (Rocha Miranda), tenente-coronel Robson Batalha, disse que não tomou conhecimento da falsa blitz, realizada por volta das 21 horas. Um inspetor da 29ª Delegacia Policial (Madureira), onde o caso foi registrado, no entanto, confirmou que a ação criminosa "realmente aconteceu." "Ontem à noite (domingo), rodei tudo e não vi nada. O efetivo foi reforçado para o carnaval. Trabalhei até as 3 horas da manhã, confesso que estive na área e revistamos muitos bate-bolas (foliões mascarados)", disse o coronel Batalha. "Passei na delegacia, e ninguém me contou nada." Reportagem do Estado mostrou, no domingo, a falta de policiamento na mesma área. Exatamente uma semana após a morte do garoto, a equipe percorreu, na noite de quarta-feira, os sete quilômetros pelos quais o corpo de João Hélio foi arrastado, de Oswaldo Cruz a Cascadura, passando por Madureira e Campinho. Nenhum carro de polícia foi visto circulando por esses quatro bairros, de 21h às 23h.

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