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Bebê é seqüestrado por falsa enfermeira em hospital no ES

Mulher esteve no Hospital São João Batista, em Cariacica, por três vezes antes de conseguir levar criança

Por Clarissa Thomé
Atualização:

Um bebê recém-nascido foi raptado na manhã deste sábado, 20, no Hospital Maternidade São João Batista, em Cariacica, no Espírito Santo. Jefferson, de 3 dias, foi retirado dos braços da mãe por uma falsa enfermeira. A polícia acredita que a criminosa não estava sozinha, já que não utilizou serviço de táxi. Ela deixou a maternidade, levando a criança numa sacola de papel de uma butique.   Joice Viviane Ferreira Martins, de 17 anos, contou que por volta das 7 horas a falsa enfermeira entrou em seu quarto, perguntou pelo sexo do bebê e disse que o levaria para o banho. Joice, que havia acabado de amamentar Jefferson, entregou o filho. Quinze minutos depois, a enfermeira verdadeira apareceu. Joice entrou em desespero.   Mulheres internadas em outros quartos contaram que também foram visitadas pela falsa enfermeira - descrita como uma mulher de cerca de 30 anos, pele parda, cabelos pretos, rosto e lábios arredondados, nariz achatado, com cerca de 70 quilos e aproximadamente 1,65 m de altura. "Ela entrou em várias enfermarias, perguntando pelo sexo das crianças. Isso nos leva a crer que ela estava escolhendo um bebê", afirmou o delegado André Luiz Landeira, da Delegacia de Cariacica, que investiga o crime.   A falsa enfermeira esteve por três vezes no hospital. Por volta da meia-noite, uma enfermeira desconfiou da mulher, que vestia-se de branco e usava jaleco, e a mandou embora do hospital. Por volta das 2 horas, um médico pediu sua identificação e ela voltou a deixar a instituição. Retornou às 7 horas, quando ocorre a troca de plantão e ela não seria reconhecida pela nova equipe.   "Tudo leva a crer que ela conhecia a rotina do hospital. Apresentou-se na recepção como estagiária, função que realmente existe na maternidade, embora nenhuma estivesse trabalhando hoje (sábado), sabia onde ficavam as enfermarias e o horário da troca de plantão", afirmou Landeira.   Joice e o marido, o servente Welson Santos Rodrigues, 22 anos, fizeram o retrato falado da criminosa nesta tarde. O delegado disse que ainda não é possível dizer se a mulher faz parte de alguma quadrilha especializada em adoção ilegal ou se queria o filho para si. O crime para rapto de incapaz prevê pena de 2 a 5 anos de prisão.   Dizendo-se abalado, o diretor do hospital, Paulo Jorge Mattos não quis dar entrevista ao Estado. "Agora cabe à polícia esclarecer o que aconteceu", disse ele, por telefone.

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