Atualizado às 12h14
RIO - O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, que participou nesta quinta-feira, 18, da reunião de emergência sobre a onda de protestos na capital, afirmou que a PM e a Polícia Civil "estão prontas para receber o papa". No entanto, ele evitou responder aos jornalistas se considera seguro manter o encontro de Francisco com o governador Sérgio Cabral no Palácio Guanabara, como está previsto para ocorrer na segunda-feira, 22.
Há um protesto marcado para o mesmo dia, em frente ao palácio, sede do governo do Estado. Beltrame lembrou o caráter imprevisível das manifestações e disse que a discussão sobre a agenda do pontífice é feita entre o governo federal e o Vaticano. A secretaria, segundo ele, atua como órgão de consulta. "O planejamento está pronto. Na questão da segurança pública cotidiana não há problema nenhum. Agora temos a possibilidade de manifestação e tem que dar resposta diferenciada".
Em reação às críticas sobre a atuação da Polícia Militar na manifestação da noite dessa quarta-feira, 17, que terminou em vandalismo na zona sul do Rio, o secretário de Segurança do Estado, José Mariano Beltrame, disse que as autoridades estão "lidando com turba, que coloca a polícia entre a prevaricação e o abuso".
"A solução não está nos extremos. É intermediária. Fazer uma prisão num cenário caótico (como o de ontem) pode significar muita coisa", disse Beltrame, referindo-se aos casos de mortes registradas em protestos em outros Estados do País. "Aqui no Rio nós estamos conseguindo preservar vidas".
Beltrame afirmou ainda que não há um protocolo de como a polícia deve agir em "turba ou confusão". "Não há protocolo no mundo para atuar em turba ou confusão. Há protocolo para manifestações organizadas, com líderes, horário de início e término, e trajeto definidos".
Indagado sobre como a polícia vai agir nos próximos protestos, o secretário disse que o planejamento muda a cada manifestação. "Temos de analisar criteriosamente antes. E refazer o planejamento para a próxima manifestação para ver o que podemos melhorar. Nossas ações têm que ser flexíveis".