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Bola de fogo corta o céu de Varginha, em Minas, e assusta moradores

Corpo denominado bólido chegou a gerar luminosidade equivalente à da lua; dimensão do fenômeno surpreendeu cientistas

Por Rene Moreira
Atualização:
O objeto seria maior que aqueles vistos com mais frequência cruzando o planeta Foto: Bramon / Reprodução

FRANCA - Um clarão no céu de Varginha, no sul do Estado de Minas Gerais, assustou moradores na noite do domingo, 29. O fenômeno que intrigou muitos se tratava de um bólido, pedaço de um meteoro que ao penetrar na atmosfera terrestre se torna muito brilhante, deixando um rastro luminoso. A luz surpreendeu até mesmo especialistas do assunto, que equipararam a iluminação do corpo a da lua.

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O fenômeno foi flagrado em vídeo por quatro câmeras da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon), além de outros observatórios de Minas e do interior de São Paulo. O objeto ganhou a alcunha de "Bólido de Varginha" e reforçou a mística da cidade em relação a corpos vindos do espaço.

O pesquisador Carlos Augusto Di Pietro, do Bramon, o objeto foi em direção à região de Varginha com um ângulo de queda de 97º e praticamente seguiu reto em direção ao solo da região. "É como se a Lua tivesse despencado do céu", disse.

O fenônemo foi observado também em outras cidades da região e flagrado pelo Laboratório Nacional de Astrofísica, localizado em Brazópolis (MG). Pesquisadores acreditam que um fragmento do meteoro pode ter caído na Terra.

O objeto seria maior que aqueles vistos com mais frequência cruzando o planeta. A luz aparece quando o meteoro atinge a atmosfera da terra em alta velocidade e se choca com o ar. Análises iniciais apontam que o objeto pode ser restos de uma esteira de partículas deixada por algum cometa. Ele surgiu a 96 km de altitude e explodiu a cerca de 28 quilômetros do solo.

Astrônomos agora estão tentando redesenhar o trajeto e localizar os pedaços do meteoro que podem ter caído em Varginha. Isso apesar de ele ter passado perto também de municípios como Oliveira (MG) e Santo Antônio de Posse (SP).

Marcelo de Cicco, pesquisador do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e astrônomo que coordena o Exoss Citizen Science, entidade que estuda meteoros usando metodologia científica, contou que esta é uma época de bólidos. Ele ponderou que a probabilidade de algum fragmento ter caído na terra é baixo.

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