Bombeiros retiram corpo de escombros de viaduto que caiu em BH

Charlys Frederico Moreira do Nascimento, de 25 anos, dirigia Uno que foi esmagado pelo elevado. Motorista estava sozinho no veículo

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Por MARCELO PORTELA
Atualização:

Atualizado às 07h45

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BELO HORIZONTE -  O corpo de Charlys Frederico Moreira do Nascimento, de 25 anos, motorista do Fiat Uno que foi atingido pelo desabamento de parte um viaduto em Belo Horizonte na tarde desta quinta-feira, 3, foi retirado dos escombros pelo Corpo de Bombeiros por volta das 5h30 desta sexta-feira, 4. Charlys estava sozinho no carro.

O acidente causou a morte de duas pessoas - além de Charlys, morreu a motorista de um ônibus - e deixou 22 feridos, segundo os bombeiros. Após a estrutura ruir por volta das 15h, a queda do viaduto atingiu quatro veículos: dois caminhões, um Fiat Uno e um coletivo, que teve a frente esmagada. A alça do Viaduto Guararapes caiu sobre a Avenida Pedro I, na altura do bairro São João Batista, na Pampulha.

A via é uma das mais movimentadas da cidade e a construção do viaduto fazia parte do alargamento das pistas para adequação ao Move, nome dado pela prefeitura de Belo Horizonte ao sistema de Bus Rapid Transit (BRT). Inicialmente, a obra fazia parte dos projetos de mobilidade para a Copa do Mundo, mas não foi concluída a tempo para o Mundial. O desabamento parou completamente o trânsito na região da Pampulha, onde está localizado o Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, que, na próxima terça-feira, 8, receberá uma das semifinais do torneio.

A maior parte das vítimas estava em um micro-ônibus da linha suplementar 70. O veículo era dirigido por Hanna Cristina dos Santos, de 25 anos, que morreu no local. A filha da motorista, de 5 anos, também estava no veículo e foi encaminhada ao Hospital Risoleta Tolentino Neves, na região de Venda Nova, sem risco de morrer. "Esse acidente foi muito chocante. A gente viu o viaduto caindo. Bati a cabeça e ficou muita gente ferida no chão lá", contou Enilson Luiz, de 36 anos, que estava no micro-ônibus e também precisou de atendimento médico.

No fim da tarde, uma mulher que se identificou como Cristilene chegou ao local do acidente e, por meio de fotos do celular de policiais militares, reconheceu o automóvel como sendo do marido dela. Muito nervosa, ela contou que o marido estava indo buscá-la no trabalho, que fica a poucos metros do local do acidente.

O passageiro Enilson Luiz contou que a tragédia poderia ter sido ainda maior, pois havia grande movimento na Avenida Pedro I. "Passou um (ônibus) articulado bem cheio. Foi fração de segundo", disse. Imagens das câmeras de monitoramento no local mostram que o ônibus articulado do Move e diversos veículos passaram sob a estrutura momentos antes do desabamento e por pouco também não foram atingidos.

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Nove pessoas receberam atendimento no local, oito foram para o Hospital Risoleta Neves e duas para o Hospital Odilon Behrens. Neste último foram atendidos Carlos Silva, de 38 anos, e Fábio Júnior Silva, de 34, que trabalhavam em cima do viaduto. Pelo menos mais um operário ficou ferido.

Outro caso. Em seu site, a construtora Cowan lamentou o ocorrido e disse que não medirá esforços para apoiar as vítimas e os familiares. A Defesa Civil recomendou que a estrutura do viaduto vizinho fosse reforçada, o que, segundo a construtora já estava "sendo providenciado". Em fevereiro, a estrutura de outro viaduto da mesma obra sofreu deslocamento lateral de 27 centímetros durante o processo de concretagem.

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