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Brasil entrega carta de repúdio a embaixador da Indonésia

Documento manifesta "profunda inconformidade" com a execução e com o fato de "apelos presidenciais à clemência" foram ignorados

Por Renata Veríssimo
Atualização:

BRASÍLIA - O embaixador da Indonésia no Brasil, Toto Riyanto, foi chamado ao Itamaraty no final da tarde deste sábado, 17, para receber uma carta de repúdio do governo brasileiro. No documento, o Brasil manifesta "profunda inconformidade" com a execução e com o fato de que "gestões do mais alto nível e apelos presidenciais à clemência" foram ignorados pelas autoridades indonésias.

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"Os acontecimentos são uma sombra sobre as relações bilaterais", afirmou o ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira, que convocou uma coletiva para expor as providências tomadas pelo Brasil.

O governo brasileiro argumenta que a decisão de manter a execução do brasileiro está em franco contraste com as relações de amizade e cooperação entre os dois países. Segundo Vieira, a execução cria uma animosidade e dificuldades nas relações entre os dois países.

O ministro lembrou que, ao longo do processo iniciado em 2003, foram esgotados todos os recursos legais dentro do ordenamento jurídico da Indonésia, além de terem sido enviadas ao governo daquele País seis cartas dos presidentes do Brasil (Lula e Dilma Rousseff). Vieira afirmou que as gestões do governo brasileiro sempre foram baseadas em princípios humanitários, sem jamais ter sido questionado o direito do governo indonésio de punir os crimes cometidos por Archer em seu território. "Nunca discutimos a acusação que sofreu o cidadão brasileiro. Mas a clemência e a comutação da pena seriam medidas esperadas", afirmou.

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