GENEBRA - Um brasileiro foi encontrado morto em uma prisão na Suíça na noite desta segunda-feira, 2. Um comunicado do Ministério Público de Zurique indicou que uma investigação foi aberta para determinar as causas da morte. Mas, segundo a polícia, os primeiros resultados indicam que não foi registrado qualquer tipo de agressão ou falha externa.
Suspeito de ter cometido um assassinato que chocou a Suíça, o brasileiro tinha 36 anos e estava em um dos principais centros carcerários da cidade. Autoridades suíças o identificam apenas como Luís R.
Segundo a polícia de Zurique, em 2016 o brasileiro teria assassinado um aposentado de 67 anos em um estacionamento em Eglisau. A vítima era vizinha de Luís, que o teria espancado até a morte.
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O brasileiro, casado com uma eslovaca, chegou a admitir o crime. Mas o corpo da vítima jamais foi encontrado. Luís insistiu diante dos juízes que não se lembrava onde teria deixado o corpo. Seu julgamento estava marcado para começar em dezembro, na Suíça.
A prisão onde ele estava sendo mantido era a do aeroporto de Zurique. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que o homem foi transferido para o centro de detenção do aeroporto há uma semana, vindo de outra prisão na Suíça. Ainda de acordo com o Itamaraty, ele pediu a segunda via de seus documentos ao consulado que, ainda no dia 28 de setembro, o visitou para prestar assistência.
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Depressão
Luís tomava remédios para depressão.Até a noite desta terça-feira, 3, a polícia havia informado o governo brasileiro que não havia uma conclusão definitiva dos exames de autópsia e três cenários ainda estavam sob consideração: morte natural, suicídio ou homicídio. Ainda assim, não havia sinais de agressões externas.
O governo brasileiro informou que acompanhou o caso por meio de seu Consulado em Zurique e manteve em sigilo a identidade do morto. Na tarde desta terça, diplomatas brasileiros se reuniram com as autoridades de Zurique para obter detalhes da investigação.
"O Ministério Público de Winterthur iniciou uma investigação, como é costume no caso de morte nas prisões", indicou um breve comunicado das autoridades. "Com o devido respeito pela investigação em curso, nem o Ministério Público nem o Gabinete de Justiça podem fornecer mais informações."
Com 7,3 mil detentos, as prisões suíças registraram dez mortes em 2011 e 29 em 2012. Desses, nove foram suicídios. Nos anos 1990, um brasileiro acusou a polícia suíça de tê-lo espancado na prisão, o que o teria deixado tetraplégico.