Calor mata 500 mil galinhas em Bastos, no interior de São Paulo

Água quente e concentração de aves por metro quadrado devem ter contribuído pela mortandade

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Por Sandro Villar
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PRESIDENTE PRUDENTE - O forte calor dos últimos dias matou meio milhão de galinhas em fase de produção na maioria das 120 granjas de Bastos (SP), cidade conhecida como a Capital do Ovo. Mesmo com ventilação, a temperatura chegou a 40 graus e causou a mortandade. "Morreram 500 mil galinhas, a temperatura, de 40 graus, foi muito alta e esquentou a água dos barracões. A água quente e a grande concentração de aves por metro quadrado também contribuíram para causar a morte das galinhas", diz Francisco Oura, de 53 anos, encarregado da compra e venda da Cooperativa Avícula de Bastos. Pintinhos e frangos não foram atingidos. As galinhas mortas causaram um prejuízo de mais de R$ 5 mi aos produtores de ovos. "São R$ 3 milhões pela mortandade das aves e mais de R$ 2 milhões pela queda na produção", avalia o encarregado. A queda na produção de ovos é estimada em 10%, o que fez o preço do produto também subir 10%. Com o aumento, a caixa com 360 ovos passou de R$ 50 para R$ 55. Por causa da mortandade, houve uma perda de "até 4% do plantel" de 17 milhões de galinhas poedeiras, segundo Oura. Incluindo pintinhos e frangos, as 120 granjas de Bastos abrigam 22 milhões de aves.  A preocupação dos produtores, agora, é comprar pintinhos para repor o estoque das galinhas que morreram. "Eles vêm fazendo a reposição para voltar à produção normal, as galinhas começam a botar ovos quando chegam aos quatro meses de vida", afirma, acrescentando que a reposição vai demorar um ano. Enquanto isso, um novo aumento no preço do ovo não está descartado. "Em dezembro deve ter reajuste", completa o representante dos produtores. Antes da mortandade, as galinhas de Bastos botavam 16 milhões de ovos por dia. A cidade representa 50% da produção de ovos do Estado de São Paulo e 22% da produção do Brasil. Apesar da produção expressiva, Bastos ainda não exporta ovos.

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