Candidato prevê campanha com ''torrente de mentiras e futricas''

Em evento com prefeitos, Serra afirma que é preciso destacar ''valores'' em busca da [br]vitória no segundo turno

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Por Roberto Almeida
Atualização:

Na tentativa de mobilizar prefeitos paulistas em favor de sua candidatura, o presidenciável tucano José Serra discursou ontem em agenda de última hora para lideranças do DEM em um hotel na zona norte de São Paulo. Ciceroneado pelo prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab (DEM), Serra disse que "a torrente de mentiras e futricas" vai crescer nas próximas semanas e que é preciso destacar "valores" em busca da vitória no 2.º turno. O encontro, denominado "Obrigado São Paulo, Unidos pelo Brasil", foi acordado pela coordenação de campanha do governador eleito Geraldo Alckmin (PSDB), que já trabalha por Serra. A pedido do tucano, Kassab reuniu 63 prefeitos em um auditório do hotel, que estava lotado de correligionários do DEM. "O pessoal aqui sabe que sempre foi tratado como representantes de uma comunidade, não como donos de uma carteirinha partidária", disse Serra. "Às vezes irrita, eu sei. Não vou dizer que a gente faz isso com gosto, mas nós trabalhamos dessa maneira. A virtude está em impor a vontade do interesse público." De acordo com Serra, os "valores" que unem a oposição ao PT no governo federal são "verdade, honestidade, justiça e solidariedade". "Não vamos fazer um governo de patota, de partido. Vamos fazer um governo para todos", anotou o tucano. Serra municiou ainda os prefeitos e correligionários com informações sobre obras e projetos do PSDB no governo de São Paulo para que sejam irradiados durante o segundo turno. "Uma renda tipo Bolsa-Família foi criada pelo Alckmin aqui em 2001, o Renda Cidadã. Não estamos treinados para misturar essa coisa de governo e política", afirmou o tucano. "A gente tem de fazer um esforço para lembrar e poder dizer."Em seguida, o presidenciável pediu aos prefeitos que exaltem, em campanha no interior do Estado, suas obras na área de saúde, segurança, educação e assistência social. E voltou a agradecer Marina Silva (PV), que tem o eleitorado cobiçado para o segundo turno, por dar a possibilidade de "aproximação com as pessoas". "Agora vamos poder conversar e explicar", disse.Ao fim do discurso, o tucano alfinetou sua adversária, Dilma Rousseff (PT), sem citá-la nominalmente. "Nunca joguei fora nada do meu passado. Eu tenho orgulho do meu passado. Tem gente que esconde, mas eu faço questão de mostrar o meu passado", observou.

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