Cardozo garante segurança e não teme protestos na Copa do Mundo

Ministro da Justiça afirma que tudo está preparado para o evento e há alternativa até para greves de policiais; Carvalho já prevê protestos contra Olimpíada

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Por Tania Monteiro
Atualização:

BRASÍLIA - Em entrevista aos correspondentes estrangeiros, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta sexta-feira, 23, que as forças de segurança do País estão "totalmente preparadas" para a realização da Copa. Ele disse que "não acredita" em manifestações durante o Mundial nas mesmas proporções das que aconteceram em junho do ano passado, antes e durante a Copa das Confederações. Mas avisou que, se por acaso elas ocorrerem, o País "está preparados para qualquer situação que porventura ocorra".

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Segundo ele, mesmo que haja greve na Polícia Federal ou em qualquer outro segmento policial, o plano de segurança da Copa não será afetado, pois o governo tem alternativas. "Não existe ameaça de greve de toda a PF. Existe especificamente uma negociação em curso de uma categoria de agentes e acho que haverá entendimento nos próximos dias. Mesmo que o acordo não seja feito, há decisões claríssimas da Justiça dizendo que greve é ilegal. Portanto, não vemos a menor possibilidade de agentes da Polícia Federal virem a transgredir a ordem." Cardozo apelou ainda para o "espírito público" dos policiais.

Protestos. Sobre os problemas registrados na Copa das Confederações, quando aconteceram confrontos entre policiais e manifestantes, o ministro da Justiça disse que "não deverão se repetir". Segundo ele, "agora as forças estão mais treinadas e mais capacitadas para evitar abusos".

O ministro da Defesa, Celso Amorim, que também estava presente na coletiva, reagiu à pergunta de um jornalista estrangeiro, que falou sobre a imagem desgastada do Brasil no exterior, por causa principalmente dos problemas de segurança e das manifestações violentas às vésperas da Copa. "Não concordo que a imagem do Brasil esteja má. Isso não existe."

Cardozo citou ainda que, embora o governo federal tenha abandonado a ideia de encaminhar ao Congresso uma proposta endurecendo as punições para quem praticar violência nas manifestações, a legislação em vigor ainda poderá ser aperfeiçoada. "Vocês sabem que não é uma discussão fácil e simples, porque a garantia da liberdade de manifestação é um pressuposto da democracia."

Olimpíada. Outro integrante do governo que deu declarações sobre as manifestações foi o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Ele afirmou que acredita que, para a Olimpíada de 2016, no Rio, novos protestos poderão surgir. "Eles são naturais em um país democrático e precisamos saber absorvê-los. Mas, assim como muitos cantam a desgraça previamente e depois são desmentidos pelos fatos, é provável que ocorra o mesmo."

Conforme a Copa do Mundo se aproxima, ele acredita que os protestos contra a realização dos jogos vão arrefecer. "Vão perdendo o significado de multidão." E ressaltou que as obras de infraestrutura "estão sendo entregues".

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