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Casal é acusado de matar menino de dez anos em Vitória

Menino era primo da mulher presa acusada de ter seqüestrado e matado o garoto; Waldirene e Vespasiano iam usar dinheiro para casar e mudar para São Paulo

Por Agencia Estado
Atualização:

O professor de geografia, Walter Vespasiano Filho, de 37 anos, e uma ex-estudante de direito, Waldirene Nass, de 35, foram presos em Vitória, acusados de terem seqüestrado e matado uma criança de dez anos, Vinicius Jacob. O menino era primo de Waldirene, que é noiva de Vespasiano. O crime ocorreu na pequena cidade de Nova Venécia, no noroeste do Espírito Santo, e revoltou os moradores, que cercaram a delegacia local para linchar o casal. Waldirene e Vespasiano foram salvos por policiais, que os transferiram para Vitória. A crueldade com que Vinicius foi assassinado é tamanha que a polícia decidiu não divulgar os nomes dos presídios onde os dois estão, para que eles não sejam alvos de represália. Versões Waldirene nega qualquer envolvimento e diz que foi o noivo quem planejou o seqüestro e matou o menino. Já Vespasiano confessa que foi quem matou Vinicius, mas acusa a estudante de ser a mentora da ação. Vinicius morreu no caminho para o cativeiro. Segundo ele, Waldirene desconfiava que o tio, Venâncio, irmão de sua mãe e pai do garoto, havia desviado dinheiro do negócio da família, uma pedreira da qual é extraído granito. A intenção deles, contou o professor, era seqüestrar Vinicius e pedir um resgate no valor de R$ 250 mil, e não matá-lo. Este era justamente o valor ao qual Waldirene julgava ter direito na partilha dos bens da família. A polícia acredita que Vinicius tenha sido estrangulado por Vespasiano. A criança foi levada por ele na quinta-feira, da porta da escola em que estudava - a mesma freqüentada pelo filho de Waldirene. Foi colocada numa bolsa grande, dentro do porta-malas do carro do professor. Vespasiano nega que o tenha asfixiado. Porém relatou que se deu conta de que ele parara de se mexer e desconfiou que estivesse morto. Vespasiano foi preso em flagrante logo depois, com o corpo do menino ainda no porta-malas. Waldirene e Vespasiano iriam se casar em janeiro e se mudar para São Paulo com o dinheiro que esperavam ganhar. "Foi um crime motivado por ganância. Chocou a todos, incluindo os policiais", afirmou o delegado Danilo Bahiense, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da polícia do Espírito Santo. " Tudo indica que eles tinham a intenção de matar, porque, se fosse um seqüestro comum, o garoto reconheceria os dois depois de libertado", disse o delegado. Bahiense contou que toda Nova Venécia se mobilizou quando soube da forma como Vinicius foi morto. "Mais de mil pessoas cercaram a delegacia. Certamente, ia acontecer uma tragédia." O caso será apurado pela delegacia da cidade e a DHPP dará suporte aos investigadores. Vinicius, que estava na 3ª série do Ensino Fundamental, foi enterrado na sexta-feira. Os pais dele ficaram atônitos ao saberem do assassinato e da participação de Waldirene, que estudou até o terceiro ano de direito e chegou a estagiar no fórum de Nova Venécia, segundo o delegado da DHPP. Um tio da acusada, Gilto Jacob, de 45 anos, desabafou: "Não posso acreditar que minha sobrinha tenha sangue frio para fazer uma coisa dessa."

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