CCJ do Senado aprova PEC que torna estupro crime imprescritível
De autoria do senador Jorge Viana (PT-AC), texto segue para o plenário e, para passar, precisa de ao menos 3/5 dos votos em dois turnos
Por Erich Decat e Julia Lindner
Atualização:
BRASÍLIA - Integrantes da Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovaram nesta quarta-feira, 5, Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que torna o estupro crime imprescritível.
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O texto, de autoria do senador Jorge Viana (PT-AC), segue para discussão no plenário da Casa e, para ser aprovado, é preciso o apoio de pelo menos três quintos dos senadores em dois turnos de votação.
"Nós estamos lidando com algo que tem muito de invisível. As organizações da sociedade, os órgãos públicos, todo o aparato policial não consegue alcançar sequer a cifra relativa ao número de estupros em nosso País, mas nós, no Brasil, disputamos os primeiros lugares no mundo, é algo que ficou corriqueiro", afirmou Viana na sessão.
Relatora da proposta, a senadora Simone Tebet (PMDB-MS), ressaltou que o período de 20 anos para a prescrição, previsto hoje, é um prazo muito curto.
Os 20 países mais violentos para mulheres
1 / 22Os 20 países mais violentos para mulheres
6º - México
Com a elevada taxa de 4,4 homicídios de mulheresem 2012, oMéxico é um dos paísesmais violentos do mundo. Além da violência doméstica, os mexicanos enf... Foto: Linda Stelter / APMais
14º - Cuba
As cubanas também são alvo da violência. O país caribenho aparece na 14ª colocação, com uma taxa de 2,5 homicídios, tendo como referência o ano de 201... Foto: EFEMais
17º - Lituânia
O país báltico é o primeiro europeu a aparecer no ranking, com 2,3 homicídios para cada 100 mil habitantes. Os dados lituanos foram coletados em 2012. Foto: Mindaugas Kulbis/AP
16º - Panamá
Mais um latino na lista, o Panamá tem 2,4 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes. O país caribenho aparece em 16º na lista, levando em conta... Foto: EFEMais
13º - Estônia
Segundo país Báltico da lista, a Estônia apresentou a taxa de 2,5 homicídios para cada 100 mil habitantes. Os dados foram coletados em 2012. Foto: Reprodução
10º - Porto Rico
Oficialmente um território associado aos Estados Unidos, Porto Rico também é um dos mais violentos para as mulheres.Em 2010,a taxa de homicídios das p... Foto: Ricardo Arduengo/APMais
8º - Suriname
O pequeno país sul-americano teve um taxa de 3,2 homicídios de mulheres em 2012 para cada 100 mil habitantes, o que o colocou em oitavo lugar no ranki... Foto: ReutersMais
5º - Brasil
Com os dados de 2013, o Brasil aparece como o quinto país mais violento para mulheres. A taxa para cada grupo de 100 mil habitantes foi de 4,8. Foto: Estadão Conteúdo
1° - El Salvador
De forma isolada, El Salvador é o país mais violento do mundo para mulheres, de acordo com o Mapa da Violência 2015. Em 2012, o índice de assassinatos... Foto: Jessica Orellana/ReutersMais
Sem dados
Vários países não fazem acompanhamento de dados específicos de violência contra as mulheres. Um estudo realizado pela Fundação Thomson Reuters em 2011... Foto: ReutersMais
Violência contra a mulher
Os países da América Latina são apontados como os mais violentos do mundo em relação a homicídiode mulheres. É o que mostra orelatório do Mapa da Viol... Foto: Radu Sigheti/ReutersMais
20º - Uruguai
O país sul-americano apresenta a taxa de 2 mulheres assassinadas para cada 100 mil habitantes, tendo 2010 como ano de referência. A taxa do Uruguai é ... Foto: Mais
19º - Estados Unidos
Apesar de ser a maior economia do mundo, os Estados Unidos figuram na lista dos 20 paísesmais violentos do mundo para mulheres. O país apresentou, em ... Foto: APMais
18º - África do Sul
Uma das poucas nações africanas a ter dados consolidados sobre o assunto, a África do Sul aparece em 18º lugar entre os países mais violentos para mul... Foto: Rodger Bosch /AFPMais
15º - Ilhas Maurício
A pequena República de Maurício, na costa do continente africano, também figura no ranking da violência contra as mulheres. O arquipélagoturístico per... Foto: ReproduçãoMais
12º - Bielorrússia
A ex-república soviética é mais um país europeu a estar na ranking da violência contra as mulheres. A taxa em 2011 foi de 2,6 para cada grupo de 100 m... Foto: APMais
11º - Ucrânia
Em 2012, a Ucrânia apresentava a taxa de 2,8 homicídios de mulherespara cada grupo de 100 mil habitantes, sendo o quarto país europeu mais violento. Foto: AP
9º - Letônia
Terceira e última república Báltica, a Letônia está entre os dez países mais violentos para mulheres. Em 2012, 3,1 mulheres foram assassinadas para ca... Foto: APMais
7º - Moldávia
Também uma ex-república soviética, a Moldávia é o segundo país europeu mais violento em relação às mulheres. Por lá, 3,3 mulheres foram assassinadas p... Foto: Dan Morar/APMais
4º - Rússia
As russas estão mais sujeitas a serem assassinadas do que qualquer outra nacionalidade europeia. Em 2011, o país apresentou a taxa de 5,3 homicídios d... Foto: ReutersMais
3º - Guatemala
Inaugurando o top 3, a Guatemala é um dos mais violentos países do mundo. A nação da América Central teve, em 2012, uma taxa de 6,2 homicídios de mulh... Foto: Moises Castillo/APMais
2º - Colômbia
Com dados de 2011, a Colômbia teve 6,3 homicídios de mulheres para cada 100 mil habitantes. O péssimo índice deu ao país sul-americanoa segunda coloca... Foto: ReutersMais
"Quero aqui apenas lembrar que o crime de estupro hoje tem uma prescrição de 20 anos, mas trabalhando com dados, como trabalhamos na Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher, de que quase 70% dos casos de estupro acontecem no ambiente familiar, muitos ou talvez a maioria deles envolvam crianças e adolescentes, nós não podemos colocar prazo para que uma criança violentada - não uma, mas diversas vezes - tenha apenas um prazo de 20 anos", disse a senadora. "Uma criança que sofre esse tipo de crime, de violência não só no seu corpo, mas na sua alma, por anos consecutivos não leva apenas 20 anos."
A mesma avaliação em relação ao prazo atual também foi dividida pelo senador Magno Malta (PR-ES).
"Senadora Simone, realmente, 20 anos é pouco tempo. Não tem de se encerrar mesmo. Quem recebeu violência, quem foi abusado, uma mulher estuprada, uma criança estuprada ou uma idosa, seja quem for, precisa, no seu momento emocional, no momento da sua decisão, ter o seu tempo, para ver punido aquele que, do alto da sua tara, da sua doença mental, da sua safadeza, da sua indignidade, abusou e violentou outro ser humano", considerou.
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Ao final do debate, o texto foi aprovado com o voto contrário do senador Roberto Requião (PMDB-PR).