Cenipa aponta que falhas humanas causaram acidente da Gol

Documento descarta existência de falhas ou panes nos equipamentos de comunicação e no jato Legacy

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Por Bruno Tavares
Atualização:

O relatório final produzido pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáutico (Cenipa), sobre as causas do acidente entre o Boeing 737-800 da Gol e o jato Legacy, ocorrido há exatamente 1 ano, vai apontar uma série de falhas humanas como os fatores determinantes para a tragédia que deixou 154 mortos no norte de Mato Grosso. Veja também: Gol pode enterrar restos do Boeing na floresta Missa vai homenagear vítimas do acidente Especial sobre a crise aérea Embora a investigação aeronáutica não fale em culpados, a conclusão lógica é de que a somatória de erros cometidos por controladores do Centro Integrado de de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo de Brasília (Cindacta-1) e pelos pilotos americanos do Legacy, Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, levou à colisão das aeronaves em pleno vôo. O documento, que está na fase de conclusões finais, descarta existência de falhas ou panes nos equipamentos de comunicação, no transponder (conjunto de antenas que estabelecem contato entre a aeronave e o radares em terra) e no sistema anticolisão (TCAS, na sigla em inglês) do jato. Os investigadores também não encontraram evidências de que a cobertura radar na área do acidente teve influência na tragédia, o que afasta a tese de "buraco negro" na zona de transição entre os centros de controle de vôo de Brasília e Manaus (Cindacta-4). Em linguagem técnica, o relatório detalha ainda quais os "fatores contribuintes" para a colisão. Relata, por exemplo, que os pilotos americanos deixaram de tomar as providências devidas em caso de falha de comunicação, como digitar no transponder o código 7600. Paladino e Lepore também deixaram de questionar o controlador do Cindacta-1 sobre a divergência entre o plano de vôo solicitado – 37 mil pés de São José dos Campos (SP) a Brasília e, em seguida, 36 mil pés até Manaus – e o autorizado – supostamente 37 mil pés durante todo o trajeto. Com isso, o jato Legacy passou a voar na contramão da aerovia UZ6, entrando em rota de colisão com o Boeing. É a partir desse instante que a conduta dos controladores de vôo passa a ser preponderante para o acidente. Ao perderem o contato com o Legacy, eles deveriam ter programado em seus consoles freqüências alternativas de rádio, o que não foi feito conforme perícia realizada nos equipamentos. Leia mais na edição impressa do Estadão, no sábado

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